Ucrânia garante ter derrubado dois aviões 'vitais' para Rússia neste domingo
Caso as derrubadas sejam confirmadas, são vistas como "um golpe duro para a Rússia", principalmente no que diz respeito ao A-50, peça rara que vale R$ 1,5 bilhão
Nesta segunda-feira (15), a Ucrânia afirmou ter derrubado, na véspera, dois aviões considerados "vitais" para as ações russas no sul do país invadido em 2022. Segundo o chefe militar do país, general Valeri Zalujni, a Força Aérea destruiu um avião de detecção de radar de longo alcance A-50 inimigo e um centro áreo de comando inimigo Il-22.
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Caso essas derrubadas sejam confirmadas, são vistas como "um golpe duro para a Rússia", principalmente no que diz respeito ao A-50, que é um enorme avião-radar, com capacidade de monitorar um raio de 650 quilômetros no ar e alvos até 350 quilômetros de distância em terra, sendo uma peça rara do arsenal de Vladimir Putin.
O Instituto Internacional de Estudos Estudos Estratégicos de Londres (IISS) afirma que há 10 aviões desse tipo no inventário russo, mas é incerto quantos estão operacionais. Nenhum havia sido abatido na guerra. A aeronave custa o equivalente a cerca de R$ 1,5 bilhão e pode ser o mais caro em operação militar na Rússia.
Derrubada é 'crível', diz analista
Segundo um analista militar Moscou ouvido pela Folha de São Paulo, o relato da derrubada é "crível", apesar de o Ministério da Defesa do país não ter comentado o incidente.
A narrativa também é corroborada por blogueiros militares russos, usualmente bem informados sobre o que se passa na frente de batalha. Segundo o canal de Telegram Rybar, "este será um dia sombrio para as Forças Aeroespaciais russas".
Vital para coordenar a ação de caças e movimentos de tropas, o A-50 conta com uma tripulação de 15 militares. Já o outro avião que teria sido derrubado, o Il-22M, serve de posto de controle de forças em terra, repassando posições e ordens.
Já o caso do segundo avião é disputado pelos analistas e blogueiros russos. Segundo eles, a aeronave foi danificada, mas conseguiu pousar na base de Anapa, na região russa de Kransnodar.
As duas ações ocorreram sobre o mar de Azov, o que leva a outras considerações, já que esse trecho do mar Negro está sob controle russo desde meados de 2022, quando a ponte terrestre entre a Rússia e a Crimeia anexada foi estabelecida por Putin. A área, até aqui, era exclusiva de ação russa. Se os abates ocorreram, eles dependeram de sistemas antiaéreos mais sofisticados.
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