Trump diz estar aberto a acordo comercial com Argentina
Líder americano enxerga o presidente argentino com bons olhos e diz estar aberto a possibilidades
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (3) que está aberto a analisar um acordo comercial com a Argentina, governada pelo "grande líder" Javier Milei, nas palavras do presidente americano. "Vou considerar qualquer coisa", respondeu Trump a um jornalista que lhe perguntou na Casa Branca se contempla a possibilidade de firmar um acordo de livre-comércio com a Argentina, como pede Milei.
"Acho que ele é genial, certamente. Acho que é um grande líder. Está fazendo um grande trabalho [...] um trabalho fantástico. Resgatou [o país] do esquecimento", acrescentou. "Sim, vamos analisar" as opções, declarou o magnata republicano na Casa Blanca.
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Milei afirma estar disposto a retirar a Argentina do Mercosul, o bloco comercial que reúne cinco países sul-americanos, entre eles o Brasil, se for necessário para concluir um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos. "A única coisa que [o Mercosul] conseguiu desde a sua criação é enriquecer os grandes industriais brasileiros à custa de empobrecer os argentinos", disse Milei no sábado em seu discurso na abertura anual do Congresso.
Os países que compõem o Mercosul, cuja presidência semestral rotativa está atualmente com a Argentina, devem negociar juntos os acordos com outras nações ou blocos. O presidente argentino tem outro acordo em mente: um novo com Fundo Monetário Internacional (FMI) que espera firmar em breve. E para aplanar o caminho necessita do apoio de Washington.
Trump se reuniu com Milei há alguns dias, ao final de uma convenção conservadora perto de Washington e o convidou à Casa Branca "nos próximos meses". Na ocasião, elogiou o presidente ultraliberal sul-americano.
"É um cara MAGA para fazer a Argentina grande outra vez", declarou, usando as siglas em inglês de seu lema "Façam os Estados Unidos grandes de novo".
"Ouvi que ele está tendo um desempenho fantástico", afirmou sobre Milei, em cujo mandato a inflação argentina caiu, mas a pobreza cresceu até atingir 52,9% da população, segundo dados oficiais.