Trabalhadores chineses protestam em fábrica de iPhones; veja o vídeo

A Foxconn é a maior fornecedora de iPhone da Apple, respondendo por 70% dos dispositivo em todo o mundo

Luciana Carvalho
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Imagens que circulam nas redes sociais mostram trabalhadores chineses se juntando a protestos em fábricas de iPhones da Foxconn, fornecedora da Apple, com alguns homens quebrando câmeras de vigilância e janelas. As informações são da Folha de São Paulo.

As raras cenas de desacordo público na China marcam uma escalada da agitação na fábrica na cidade de Zhengzhou, que passou a simbolizar uma acumulação de frustração com as rígidas regras de covid-19 do país, bem como a forma negativa como foi tratada a situação pela maior fabricante terceirizada do mundo.

Manifestantes disseram durante transmissões ao vivo que o estopim para os protestos, que começaram nesta quarta-feira (23), quando parecia que a fábrica teria um plano para atrasar o pagamento de bônus.

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"Paguem-nos!", cantavam os trabalhadores cercados por pessoas em trajes completos de proteção, alguns carregando cassetetes, de acordo com imagens compartilhadas. Outras imagens mostraram gás lacrimogêneo sendo disparado e barreiras de quarentena sendo derrubadas por trabalhadores. Alguns reclamaram que foram forçados a dividir dormitórios com colegas que testaram positivo para covid-19

O descontentamento com as rígidas regras de quarentena, a incapacidade da empresa de conter surtos e as más condições, incluindo escassez de alimentos, fizeram com que trabalhadores deixassem a instalação desde que a empresa impôs o chamado sistema de circuito fechado no final de outubro. Nesse sistema, a equipe vive e trabalha no local.

A Foxconn é a maior fornecedora de iPhone da Apple, respondendo por 70% dos dispositivos em todo o mundo. A empresa fabrica a maioria dos celulares na planta de Zhengzhou, que antes das agitações empregava cerca de 200 mil pessoas, embora tenha outras unidades menores na Índia e no sul da China.

Em nota, a Foxconn disse que cumpriu seus contratos de pagamento e que os relatos de funcionários infectados morando na instalação com novos contratados eram "falsos". "Em relação a qualquer violência, a empresa disse que continuará a se comunicar com os funcionários e com o governo para evitar que incidentes semelhantes aconteçam novamente", acrescentou a empresa.

Uma fonte em Zhengzhou disse que a produção na fábrica não foi afetada pela agitação dos trabalhadores. Informações são conta de que a Foxconn pretendia retomar a produção total na fábrica de Zhengzhou na segunda metade de novembro. Apesar dos protestos terem adicionado "incertezas" ao objetivo, a fonte disse que a empresa ainda está trabalhando para alcançá-lo, acrescentando que "apenas uma parte" dos novos funcionários participou da manifestação.

Uma segunda fonte familiarizada com o assunto, no entanto, disse que a Foxconn provavelmente não atingirá a meta, diante de interrupções provocadas pela agitação, impactando particularmente em contratação de novos trabalhadores para preencher a lacuna na força de trabalho.

A Apple não respondeu a pedidos de comentários. O governo de Zhengzhou também não se posicionou a respeito do assunto.

(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).

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