Rússia faz novos testes com armas com capacidade nuclear
Segundo Ministério da Defesa do país, a simulação aconteceu no enclave de Kaliningrado, em meio à guerra na Ucrânia
Em meio à guerra na Ucrânia, forças militares russas ensaiaram novamente lançamentos de mísseis com capacidade nuclear, nesta quarta-feira (4), de acordo com o Ministério de Defesa da Rússia. Os testes, realizados no enclave de Kaliningrado, aumentam o temor sobre o uso de armas nucleares no conflito. As informações são do Estadão.
O ensaio aconteceu durante os jogos militares no enclave do Mar Báltico, localizado entre a Polônia e a Lituânia, com “lançamentos eletrônicos” simulados do sistema móvel de mísseis balísticos Iskander, com capacidade nuclear. De acordo com o Ministério da Defesa, as forças russas praticaram ataques únicos e múltiplos contra alvos que simulavam sistemas de lançamento de mísseis, pistas de pouso, infraestrutura protegida, equipamentos militares e postos de comando de um inimigo.
Após os lançamentos “eletrônicos”, os militares realizaram manobras para mudar de posição, a fim de evitar “um possível ataque de retaliação”, acrescentou o ministério.
Também foram testadas “ações em condições de radiação e contaminação química”. Mais de 100 soldados participaram dos testes.
Tensão
O presidente Vladimir Putin já havia falado sobre a possibilidade de usar armas nucleares e afirmou que arsenal está “pronto” para ser utilizado se for necessário. No dia 24 de fevereiro, início da guerra em território ucraniano, Putin fez uma referência direta às forças nucleares da Rússia e alertou os países do Ocidente que qualquer tentativa de entrar no caminho “levará a consequências que vocês nunca encontraram em sua história”.
No dia 20 de abril deste ano, as autoridades russas realizaram o primeiro teste de lançamento do míssil balístico de alcance intercontinental Sarmat, em desenvolvimento há anos.
Líderes internacionais já reconheceram o risco de um conflito nuclear desencadear a partir da guerra na Ucrânia.
Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, declarou que o risco disso acontecer “é sério, real. Não podemos subestimá-lo”.
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