Rússia dá calote histórico em meio às sanções econômicas por causa da guerra na Ucrânia
Os pagamentos em questão são de US$ 100 milhões em juros sobre dois títulos que a Rússia deveria pagar em 27 de maio
Em meio às sanções econômicas impostas por causa da guerra na Ucrânia, a Rússia deu calote em seus títulos soberanos estrangeiros pela primeira vez em mais de um século, de acordo com a Casa Branca. A dívida é referente a US$ 100 milhões em juros sobre dois títulos, um denominado em dólares e outro em euros, que o governo russo deveria pagar em 27 de maio. Os pagamentos tinham um prazo de extensão de 30 dias, que expirou neste domingo (26). As informações são da Reuters e foram divulgadas pela Agência Brasil.
Porém, o Ministério das Finanças da Rússia alega que cumpriu com suas obrigações e fez os pagamentos ao seu Depositário Nacional de Liquidação (NSD, na sigla em inglês) em euros e dólares. De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, o pagamento dos títulos com vencimento em maio foi realizado. Ele argumentou que "não é problema nosso" o fato de terem sido bloqueados pela Euroclear por causa das sanções ocidentais ao país.
VEJA MAIS
Sem prazo exato especificado no prospecto, advogados dizem que a Rússia pode ter até o final do dia útil seguinte para pagar os detentores dos títulos.
As sanções adotadas por causa da guerra efetivamente excluíram o país do sistema financeiro global e tornaram seus ativos intocáveis. A Rússia tem lutado para cumprir os pagamentos de US$ 40 bilhões em títulos desde a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Por isso, o Kremlin, que tem o dinheiro para fazer os pagamentos graças às receitas de petróleo e gás, acusa o Ocidente de conduzir o país a um default (calote) artificial.
"A notícia desta manhã sobre a descoberta da inadimplência da Rússia, pela primeira vez em mais de um século, situa a força das ações que os EUA, juntamente com aliados e parceiros, tomaram; bem como o impacto na economia russa", declarou uma a autoridade dos EUA às margens da cúpula do G7 realizada na Alemanha.
O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos efetivamente bloqueou Moscou de fazer pagamentos. "Desde março achávamos que um default russo seria provavelmente inevitável, e a questão era apenas quando", disse Dennis Hranitzky, chefe de litigação soberana da empresa de direito Quinn Emanuel, antes do prazo de domingo.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA