Risco de morte súbita em bebês aumenta se mãe bebe e fuma
O risco é 12 vezes maior em recém-nascidos expostos ao fumo e álcool ainda dentro do útero
Um estudo publicado na última segunda-feira (20) na revista científica eClinicalMedicine revelou que a morte de recém-nascidos pela chamada síndrome da morte súbita infantil (SMSL) é 12 vezes mais comum em bebês que têm mães que beberam e fumaram durante os três primeiros meses da gravidez.
A pesquisa foi feita no instituto de pesquisa e saúde pediátrica Avera, dos Estados Unidos. O trabalho é o primeiro a analisar os perigos da exposição ainda no útero.
Doze mil grávidas moradoras dos EUA e da África do Sul foram acompanhadas pelos pesquisadores. Entre elas, 66 perderam bebês no primeiro ano de vida. Dessas, 28 mortes foram causadas pela síndrome e 38 por motivos ainda não esclarecidos.
A autora do trabalho, Amy Elliot, explica que a exposição ao álcool e ao tabaco, mesmo que apenas no início da gestação, elevam consideravelmente o risco de morte súbita entre os recém-nascidos. A recomendação é que sejam pensadas políticas públicas para que as mulheres planejem engravidar e abandonem hábitos ruins.
O risco é cinco vezes maior para crianças cujas mães abandonaram o álcool, mas continuaram fumando no primeiro trimestre de gravidez, em comparação aos recém-nascidos com mães que não tinham vícios. Quando as mães deixaram de fumar, mas continuaram bebendo durante os três primeiros meses de gravidez, o risco foi quatro vezes maior. A exposição ao fumo já é um conhecido fator de risco para o aumento da mortalidade infantil.
A “morte do berço”, como a SMSL também é conhecida, é uma morte repentina e sem explicação, mesmo depois da autópsia. Isto pode acontecer no primeiro ano de vida do bebê. No Brasil, não existem estatísticas oficiais sobre a incidência. Nos Estados Unidos, ela representa a terceira causa de mortalidade infantil.
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