Reino Unido afirma que cepa brasileira já entrou no país
Maior temor é de que a variante possa reinfectar quem já pegou covid
Uma variante do coronavírus originada no Brasil, que se teme poder reinfectar quem já contraiu a doença, já está no Reino Unido há "algum tempo", confirmou nesta sexta-feira, 15, a professora Wendy Barclay.
Wendy é chefe de uma nova unidade de pesquisa liderada pelo governo britânico que estuda as mutações da covid. Ela disse que a cepa provavelmente foi introduzida no Reino Unido "há algum tempo".
A virologista do Imperial College London revelou que a cepa encontrada no Reino Unido não é a cepa que foi encontrada no Japão e está se espalhando fortemente na cidade brasileira de Manaus.
Em vez disso, é uma variante muito semelhante que os cientistas acreditam estar fazendo com que os casos disparem nacionalmente no Brasil. Ambas as cepas compartilham uma mutação em suas proteínas de espinho, o que as torna mais infecciosas e pode ajudá-las a superar a imunidade de vacinas e versões mais antigas do vírus.
A professora Barclay disse em um pronunciamento nesta manhã: “Existem dois tipos diferentes de variantes brasileiras. Uma delas foi detectada [no Reino Unido] e outro não. Nas bases de dados, se você pesquisar as sequências, verá que existem algumas evidências de variantes de todo o mundo, e creio que inclusive a brasileira, que provavelmente foi introduzida há algum tempo.”
Ela esclareceu que a detectada no Reino Unido não era a cepa que estava devastando Manaus, acrescentando: “Outras variantes que podem ter se originado do Brasil foram encontradas anteriormente [no Reino Unido].”
O Public Health England afirmou na quinta-feira, 14, que não havia detectado nenhum caso de cepa brasileira. No início desta manhã, o secretário de transportes Grant Shapps também disse que "não tinha conhecimento" de nenhum caso.
Há temores crescentes de que os sobreviventes da covid possam não ser imunes à variante brasileira, já que os cientistas acreditam que ela desencadeou uma segunda onda explosiva em uma cidade no coração da Floresta Amazônica que se acreditava ter alcançado “imunidade de rebanho”.
A mutação genética, chamada E484K, muda a forma da proteína spike do lado de fora do vírus tornando-a menos reconhecível para um sistema imunológico treinado para detectar versões do vírus que não têm a mutação, dizem os cientistas. Acredita-se que o E484K altere o vírus de uma forma que torna mais difícil para os anticorpos se ligarem a ele e impedi-lo de entrar no corpo.
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