Professora é julgada por 'assédio escolar' na França após suicídio de aluna
Desde março de 2022, uma lei reconhece o "assédio escolar" como crime na França
Uma professora francesa começou a ser julgada, nesta segunda-feira (10), em um tribunal perto de Paris por assédio de menores, depois que uma de suas alunas, Evaëlle, cometeu suicídio em junho de 2019.
Desde março de 2022, uma lei reconhece o "assédio escolar" como crime na França.
"Esperamos que essa professora perceba que cometeu erros com Evaëlle", declarou a advogada da família da aluna aos jornalistas. "A escola serve para ensinar, proteger, criar cidadãos em um ambiente de calma e harmonia", disse ela.
Em uma declaração enviada à AFP por sua advogada, Marie Roumiantseva, a professora lembrou que não é "acusada da morte de Evaëlle", mas que foi acusada de "supostos atos de assédio moral", que ela nega.
Em 21 de junho de 2019, o pai de Evaëlle encontrou a jovem enforcada em sua casa em Herblay, perto de Paris. Meses antes, a adolescente tinha tentado atear fogo em uma viga da casa após um rompimento amigável.
Durante uma sessão dedicada ao assédio escolar, a professora pediu aos alunos que comentassem o que os incomodava em Evaëlle, para que ela pudesse se explicar depois. Mas a jovem começou a chorar e a professora, irritada, insistiu para que ela respondesse às perguntas.
Agora, a professora é acusada de ter "humilhado regularmente" sua aluna diante da turma, de tê-la "isolado no fundo" da sala de aula e de ter "estigmatizado" a jovem "como vítima de assédio".
Isso provocou "uma degradação muito importante nas condições de vida" de Evaëlle, que "ficou cada vez mais isolada", segundo a juíza.
Desde 2021, a professora, de 62 anos, não pode dar aulas para menores e está obrigada a receber atendimento psicológico.
Também está sendo julgada de ter cometido assédio contra outros dois estudantes.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA