Presidente do Centro Israelita no Pará: 'paraenses em Israel não querem voltar ao Pará'

Isaac Bentes concedeu entrevista e falou sobre a guerra, afirmando que é a via que restou após palestinos recusarem acordos de paz no passado

Igor Wilson
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Após o grupo extremista islâmico Hamas atacar 22 regiões israelenses próximas da Faixa de Gaza, no sábado 7, matando cerca de mil pessoas e sequestrando mais de 100, segundo o governo de Israel, o país governado por Bibi Netanyahu declarou guerra contra o Hamas e tem atacado diariamente a Faixa de Gaza, onde mais de 2.800 pessoas já morreram. Para o presidente do Centro Israelita no Pará (CIP), Isaac Bentes, a guerra é a única via que restou após os palestinos recusarem os últimos acordos de paz propostos por Israel em 2000 e 2008.

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“Já se aceitou há muito tempo na comunidade judaica a necessidade de dois estados lado a lado convivendo pacificamente. Entretanto, até hoje, não houve aceitação das várias propostas feitas à Autoridade Palestina, as últimas em 2000 e 2008, recusadas de forma contundente. Nas duas ocasiões, a resposta foi aumentar os ataques terroristas. Sem interlocutor, torna-se muito difícil fazer um plano de paz”, diz o presidente do CIP. Para Isaac, a única chance para um acordo de paz entre árabes e judeus é a eliminação do Hamas.

“Cada vez que há uma recusa, se fortalecem os setores radicais contrários à paz de ambos os lados. Israel é uma democracia, vai da extrema esquerda à extrema direita. O governo atual de Israel é o menos favorável a paz da existência do país e isso é um reflexo de recusas e ataques que sofremos e que fortaleceram o medo. Viu-se agora a necessidade de um acordo de paz que estabeleça os dois estados. Entretanto, antes disso, é necessario resolver a questão e eliminar o Hamas como uma força capaz de subjugar seu povo e ameaçar Israel”, opina Isaac.

Paraenses em Israel

O presidente do CIP diz que existem muitos judeus paraenses que vivem em Israel e que a maioria não pensa em retornar ao Pará, mesmo vivendo uma guerra. “Nós tivemos, de dez anos para cá, uma migração expressiva da nossa comunidade paraense para Israel, sobretudo de jovens. Criou-se em Israel uma expressiva comunidade judaico-paraense. Temos acompanhado a situação de muitos. A situação na região é dramática, há muita apreensão e isso gerou um clima de terror. Entretanto, estão todos firmes em permanecer em Israel; não temos nenhum pedido da nossa comunidade de paraenses que queiram retornar”, diz Isaac.

Genocídio

Parte dos árabes acusa Israel de cometer com os palestinos o mesmo que os judeus sofreram com os nazistas durante o holocausto, comparando Gaza com os guetos construídos para confinar judeus na 2ª Guerra Mundial. Isaac refuta a possibilidade. Para o presidente do CIP, existe uma característica que distingue as ações de nazistas e judeus.

“A guerra não é desprovida de leis, mas as leis de guerra não têm o alcance que imaginamos, são leis muito restritas, que servem para autorizar a matança, infelizmente a realidade é essa. Existem convenções como a de Haia e Genebra, que servem para limitar ao máximo o número de mortos. É preciso observar que quanto mais difíceis as condições de combate, mais mortos haverá. Durante o holocausto, os judeus não atacaram ninguém, foram dizimados por genocídio, diferentemente da situação palestina”, diz Isaac, em seguida justificando os bombardeios de Israel em áreas de civis em Gaza.

“A determinação da dificuldade das condições de combate é dada por um dos inimigos, nesse caso o Hamas, que dificulta as condições de combate com redes de túneis em toda parte, muitos que dão em escolas, hospitais e outras áreas que não poderiam ser atacadas. Eles deliberadamente se colocam em alvos que, normalmente, pelas convenções, seria proibido o combate. Mas a partir do momento em que você utiliza um hospital, uma sinagoga, como estoque de armas e ações, ele se torna um alvo legítimo. É a lei. São condições cruéis, mas existe uma diferença abissal entre as duas coisas”, diz.

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