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Paraense chega na fronteira da Hungria e segue para a Alemanha, após 5 dias

Em um carro com mais três pessoas, Cristiane Nedashkovskaya segue rumo a Berlim, na Alemanha

Abílio Dantas

A busca por um lugar seguro, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, na última quinta-feira (24), tem feito brasileiros residentes na região enfrentarem riscos e percalços para sair do país. A publicitária paraense Cristiane Barros Nedashkovskaya, de 30 anos, moradora de Bila Tserkva, na região metropolitana de Kiev, uma das cidades atingidas pelos ataques aéreos do governo russo, partiu com mais três pessoas em um carro em direção a Berlim, na Alemanha. Às 14h desta terça-feira (1), o grupo estava em uma fila na fronteira entre Romênia e Hungria, após ter passado pela Moldávia. A viagem da Hungria até a Alemanha, de automóvel, dura em média 12 horas.


Casada com um ucraniano e vivendo no país há um ano e meio, Cristiane foi acordada às 5 horas de quinta-feira (24) com o barulho de uma explosão.  Em meio aos estrondos e pânico que tomou o país invadido, a paraense pulou da cama, colocou um casaco por cima do pijama e saiu para tentar escapar para a Romênia. O marido dela está a trabalho em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e por isso está a salvo.

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Em vídeo enviado à reportagem do Grupo Liberal, no início da tarde desta terça-feira, ela relatou que ao chegar na fronteira com a Romênia, o grande número de pessoas e o estresse coletivo causado pela situação de apreensão e desespero dos refugiados fez com que ela e o amigo Gabriel Costa, goiano, decidissem partir para Moldávia, por onde, em seguida, iriam para Romênia e Hungria, com a Alemanha como destino final em vista.

“A nossa primeira ideia foi sair pela fronteira da Romênia, mas quando chegamos lá havia muitos carros. Um dia depois, muitos refugiados começaram a chegar por meio de ônibus e, principalmente, a pé. A situação, então, começou a ficar um pouco complicada. Anteriormente, nas primeiras 36 horas, estávamos tranquilos, tínhamos provisões no carro, mas depois algumas pessoas começaram a ficar estressadas e até a situação sanitária foi ficando complicada porque as pessoas começaram a fazer as necessidades no chão. Resolvemos sair não só por uma questão de segurança, mas de infraestrutura, já que a água e a comida estavam acabando”, afirmou Cristiane.

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Após receberem a informação, no domingo, de que a fronteira da Romênia estava fechada e de que demoraria pelo menos três dias para que pudessem entrar no país, a paraense e Gabriel Costa decidiram seguir para a fronteira com a Moldávia.

Em mensagem enviada às 14h, os dois, que estavam acompanhados também de duas moças ucranianas, informaram que já estavam entre a Romênia e Hungria. “Brasileiros não precisam de visto para entrar na Hungria. Portanto, na fronteira, eles apenas checam o passaporte e os documentos do carro e deixam passar. Estamos recebendo mantimentos distribuídos por voluntários, que arrecadam os produtos com recursos próprios”, afirmou.

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A paraense afirmou ainda que a viagem entre Hungria e Alemanha duraria 12 horas, e que por isso não poderia falar com a reportagem até que chegasse ao destino final.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 600 mil civis já fugiram da Ucrânia. Estimativas da União Europeia (UE) indicam que o total de pessoas tentando deixar o país por causa da invasão russa possa chegar a 4 milhões.

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