Papa considera 'hipocrisia' críticas à autorização de bênçãos para casais LGBT
Bênçãos para LGBTs foram autorizadas no mês passado pelo Vaticano
O papa Francisco afirmou que é hipocrisia criticar a decisão de permitir que casais do mesmo sexo sejam abençoados por padres. As bênçãos para LGBTs foram autorizadas pelo Vaticano no mês passado por meio de um documento chamado Fiducia Supplicans (Confiança Suplicante), o que não foi bem recebido por muitos membros da Igreja Católica, especialmente bispos africanos.
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“Ninguém se escandaliza se eu der minhas bênçãos a um empresário que talvez explore pessoas, e isso é um pecado muito grave. Mas eles se escandalizam se eu as dou a um homossexual”, disse Francisco à revista católica italiana Credere. “Isso é hipocrisia”, acrescentou.
O líder da Igreja Católica afirmou que uma de suas missões é promover uma Igreja mais acolhedora e menos crítica. Na visão dos conservadores, a atitude do pontífice entra em conflito com os ensinamentos morais da Igreja.
Francisco defendeu a Fiducia Supplicans em várias ocasiões, mas reconheceu a resistência contra ela, dizendo, por exemplo, que as bênçãos não equivalem à aprovação formal da Igreja para uniões entre pessoas do mesmo sexo.
“Quando um casal se apresenta espontaneamente para solicitá-la, não se abençoa a união, mas simplesmente as pessoas que juntas a solicitaram. Não a união, mas as pessoas”, disse ele em 26 de janeiro.
A Igreja Católica ensina que o sexo gay é pecaminoso, e que as pessoas com atração pelo mesmo sexo, que não são consideradas pecaminosas, devem tentar ser castas. Em outra entrevista, Francisco disse que esperava que os críticos das bênçãos LGBT acabassem por entendê-las, mas que os africanos eram um “caso especial” em sua oposição à homossexualidade.
Os bispos da África rejeitaram efetivamente a Fiducia Supplicans. Em alguns países africanos, a homossexualidade é severamente punida, com sentenças de prisão ou até mesmo a pena de morte.
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