Organizações denunciam escalada de repressão na Venezuela após prisão de ativista
Rocío San Miguel, acusada de 'terrorismo' pelo governo venezuelano, continua detida
Representantes de diversas organizações não governamentais reuniram-se nesta quarta-feira (14) em Caracas para protestar contra a recente prisão de Rocío San Miguel, ativista de direitos humanos, acusada de "terrorismo" pelo governo venezuelano.
"Libertem Rocío!" foi o clamor uníssono dos membros das ONGs, que se uniram em defesa da diretora da ONG Control Ciudadano. A organização é responsável por registrar casos de violações de direitos humanos envolvendo civis e militares no país.
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Andrea Santacruz, advogada da ONG Civilis, expressou preocupação com a situação, destacando que a detenção de San Miguel faz parte da política estatal de criminalização das organizações da sociedade civil e de seus membros. Ela enfatizou que não há indícios de envolvimento ilegal por parte da ativista.
Ativista foi presa quando se preparava para deixar a Venezuela
San Miguel foi presa em 9 de fevereiro quando se preparava para deixar a Venezuela e desde então permanece sob custódia. O Ministério Público venezuelano a acusa de "traição", "terrorismo" e "conspiração", relacionando-a a um suposto plano para assassinar o presidente Nicolás Maduro.
O governo venezuelano, que frequentemente denuncia conspirações, descreveu o suposto plano, apelidado de "Braçadeira Branca", como uma operação destinada a atacar uma base militar e posteriormente assassinar o presidente Nicolás Maduro.
A defesa de San Miguel, que anteriormente já havia sido acusada pelo próprio Maduro de participar de um "levante militar" em 2014, classificou sua prisão como um "desaparecimento forçado". Essa ação se estendeu a cinco membros de sua família, incluindo dois irmãos, sua filha e seu pai, que foram posteriormente liberados sob fiança.
Além disso, seu ex-marido, o coronel aposentado Alejandro José Gonzales De Canales Plaza, também foi detido, acusado de "revelar segredos políticos e militares".
"É comum inventarem casos contra indivíduos para justificar supostos ataques e atos terroristas", declarou à AFP Alfredo Romero, representante da ONG Foro Penal, que estima que 263 pessoas estejam detidas por motivos políticos na Venezuela.
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