ONU recusa pedido de Israel para retirar tropas do Líbano
A saída dos capacetes azuis destes postos de observação deixaria a comunidade internacional sem informações sobre o que se passa no terreno, onde mais de duas mil pessoas já foram mortas pelos ataques de Israel
As Nações Unidas recusaram evacuar os postos de observação que a organização mundial possui na fronteira entre o Líbano e Israel – convertida numa frente de combate entre as tropas israelitas e a milícia pró-iraniana Hezbollah – como solicitado pelo Governo de Benjamin Netanyahu.
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As Forças de Defesa Israelenses, que já mataram aproximadamente 2000 pessoas em seus ataques ao país libanês, alertaram a ONU que consideram seguir atacando as áreas do Líbano mais próximas ao seu território, e que por isso a evacuação de mais de vinte postos de observação da Unifil (Força Interina das Nações Unidas para a Defesa) seria necessária. O exército israelita alerta que não pode garantir a sua segurança, segundo fontes da organização internacional ouvidas pelo jornal El País.
Embora nos círculos militares esta mensagem seja interpretada como uma ameaça velada, as Nações Unidas decidiram manter as suas posições avançadas, embora tenham reduzido ao mínimo o pessoal aí destacado e tenham reforçado as medidas de segurança. “A segurança dos capacetes azuis continua a ser a nossa principal prioridade”, enfatizam os responsáveis da ONU.
Os seus altos funcionários admitem que a Unifil já não pode cumprir a sua tarefa principal: monitorizar um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah que explodiu. E reconhecem que ficaram sem o seu principal parceiro após a retirada das Forças Armadas Libanesas das zonas fronteiriças. Mas alegam que a sua presença é essencial para proteger a população civil na área e apoiar a distribuição de ajuda humanitária e que a Unifil constitui actualmente o único canal de comunicação entre os dois contendores.
A saída dos capacetes azuis destes postos de observação deixaria a comunidade internacional sem informações sobre o que se passa no terreno, acrescentam fontes militares ouvidas pelo jornal El País. “E as testemunhas ficam sempre desconfortáveis, especialmente para a força invasora, neste caso Israel”, informa a fonte.
m teoria, o objetivo da operação israelita é eliminar a infraestrutura militar do Hezbollah nas proximidades da sua fronteira norte, mas o Governo de Netanyahu não esconde o seu propósito de criar uma zona tampão a sul do rio Litani, mesmo na área onde operam Tropas das Nações Unidas.
Quase 2 mil pessoas foram mortas, incluindo 127 crianças, e 9.384 ficaram feridas desde o início dos ataques israelenses ao Líbano no mês passado, segundo o Ministério da Saúde do país.
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