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Número de mortos sobe para 76 em incêndio em estação de esqui na Turquia

Testemunhas relataram que os visitantes, desesperados, tentaram escapar utilizando lençóis como cordas

Estadão Conteúdo

Pelo menos 76 pessoas morreram nesta terça-feira (21) em um incêndio em um hotel cheio de turistas em uma estação de esqui na Turquia, segundo informaram as autoridades. O incêndio começou às 03h30 (21h30 de segunda em Brasília) no hotel Grand Kartal de Kartalkaia, um edifício de 12 andares com revestimento de madeira, o que gerou pânico entre os hóspedes. Testemunhas relataram que os visitantes, desesperados, tentaram escapar utilizando lençóis como cordas.

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As imagens mostram lençóis pendurados nas janelas e, segundo reportagens da mídia local, algumas vítimas morreram ao saltar para tentar se salvar. "Infelizmente, o número de mortos subiu para 76", informou o ministro do Interior, Ali Yerlikaya, atualizando um balanço anterior de 66 falecidos. Além disso, 51 pessoas ficaram feridas. Yerlikaya indicou que 52 das vítimas fatais já foram identificadas e que os peritos forenses trabalham para determinar a identidade das demais. O hotel hospedava cerca de 238 hóspedes, em um momento de ocupação máxima devido às férias escolares.

Além de Yerlikaya, vários ministros se dirigiram à estação de esqui de Kartalkaia, localizada a cerca de 2 mil metros de altitude, a aproximadamente 170 quilômetros a noroeste da capital, Ancara. "As pessoas nos andares superiores gritavam. Jogaram lençóis pelas janelas e alguns tentaram pular", relatou à agência de notícias IHA Atakan Yelkovan, um sobrevivente que escapou do terceiro andar junto com a esposa. 

Um funcionário do hotel, que estava em estado de choque e preferiu não revelar seu nome, contou que viu hóspedes nas janelas gritando por socorro. "Vi um pai com seu bebê nos braços pedindo almofadas para poder lançar seu filho. Felizmente, ele esperou os serviços de resgate, que os salvaram", disse à IHA. A emissora privada NTV informou que entre os mortos estão três pessoas que saltaram pelas janelas. 

Acredita-se que o incêndio tenha começado no restaurante e se espalhado rapidamente, embora a causa exata ainda não tenha sido determinada. Parte do edifício está situado contra um penhasco, o que dificultou o trabalho dos bombeiros por várias horas. 

O ministro da Saúde, Kemal Memisoglu, declarou à tarde que 17 pessoas receberam alta e que 34 permanecem hospitalizadas, uma delas em estado grave na unidade de terapia intensiva. Yerlikaya informou que nove pessoas foram detidas durante a investigação sobre as causas do incêndio e a possível negligência. O dono do estabelecimento está sob investigação.

Gritos por socorro 

"Nossa dor é grande e nossa angústia imensa", declarou de Ancara o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que interrompeu um discurso no congresso de seu partido, o AKP. O mandatário informou que foram iniciadas investigações administrativas e judiciais para determinar a causa do incidente. "Serão tomadas as medidas necessárias para esclarecer todos os aspectos do ocorrido e responsabilizar os culpados", prometeu.

As imagens da televisão mostraram enormes colunas de fumaça subindo em direção ao céu, diante da montanha coberta de neve. "Ouvi gritos (...) os residentes [do hotel] pediam ajuda", relatou Baris Salgur, que trabalha em um hotel próximo, à emissora NTV.  "Pediam cobertores, dizendo que iam pular. Fizemos o que podíamos. Trouxemos cordas, almofadas e um sofá. Algumas pessoas pularam quando as chamas se aproximaram", detalhou. 

O saguão do hotel ficou destruído, com vidros quebrados no chão, e o balcão da recepção e os móveis de madeira ficaram carbonizados. As autoridades alertaram que o edifício pode desabar. Um sobrevivente que conseguiu escapar das chamas disse à agência de notícias IHA que não houve alarmes no início do incêndio e reclamou da falta de medidas de segurança, como escadas de emergência ou detectores de fumaça.

O ministro do Turismo, Nuri Ersoy, afirmou que o hotel contava com duas saídas de emergência. "O hotel possui um certificado de segurança contra incêndios emitido pelo departamento de bombeiros. As inspeções regulares devem ser realizadas pelos bombeiros", garantiu.

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