Número de mortos em protestos de Bangladesh sobe para 16
Os manifestantes estão exigindo que o Estado pare de reservar 30% dos empregos do governo para as famílias daqueles que lutaram na guerra de 1971
Milhares de estudantes com paus e pedras entraram em confronto com a polícia armada em Daca, nesta quinta-feira (18/07), quando as autoridades de Bangladesh cortaram alguns serviços de internet móvel para reprimir os protestos contra cotas que deixaram pelo menos 16 mortos nesta semana.
A agitação nacional, a maior desde que a primeira-ministra Sheikh Hasina foi reeleita pela quarta vez, é alimentada pelo alto índice de desemprego entre os jovens, com quase um quinto da população de 170 milhões sem trabalho ou educação.
Os manifestantes estão exigindo que o Estado pare de reservar 30% dos empregos do governo para as famílias daqueles que lutaram na guerra de 1971 pela independência em relação ao Paquistão.
Dez pessoas morreram em confrontos com a polícia na quinta-feira em Daca - o maior número de mortos em um único dia até agora - incluindo um motorista de ônibus cujo corpo foi levado a um hospital com um ferimento de bala no peito e três estudantes, disseram autoridades à Reuters.
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Centenas de outras pessoas ficaram feridas quando a polícia disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar os manifestantes que incendiaram veículos, postos policiais e outros estabelecimentos, segundo testemunhas.
O ministro da Justiça, Anisul Huq, disse que o governo estava disposto a conversar com os manifestantes, mas eles se recusaram, dizendo que “discussões e disparos não combinam”.
“Não podemos passar por cima de cadáveres para discutir. As discussões poderiam ter ocorrido antes”, afirmou à Reuters o coordenador do protesto Nahid Islam.
Hasina, filha de Sheikh Mujibur Rahman, que levou Bangladesh à independência, até agora rejeitou as exigências dos manifestantes.
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