Nova York começa a sepultar cadáveres em valas comuns
A maior cidade do país sozinha responde por 80 mil casos e 5 mil óbitos
A cidade de Nova York, onde se concentra o maior número de mortos dos EUA, passou a sepultar cadáveres em valas comuns abertas às pressas em Hart Island, uma ilha na região do Bronx, onde normalmente são enterrados indigentes e moradores de rua. A maior cidade do país sozinha responde por 80 mil casos e 5 mil óbitos.
Em imagens capturadas ontem pela Reuters, detentos com equipamento de proteção individual usavam uma escada para descer dezenas de caixões em enormes trincheiras cavadas no local. Em Hart Island, estão sendo enterradas as vítimas de covid-19 cujas famílias não foram identificadas ou não puderam pagar um enterro.
Segundo a prefeitura de Nova York, são realizados no local 25 enterros por semana. Agora, autoridades informam que fazem mais de 20 sepultamentos por dia. Nos EUA, a doença avança a um ritmo assustador: mais de 30 mil novos casos e quase 2 mil mortos todos os dias. Nessa velocidade, os americanos devem ultrapassar brevemente a Itália, que lidera o ranking mundial com quase 19 mil mortes.
Um porta voz do departamento responsável pela administração do sistema prisional, responsável pelos funerais na ilha, disse que precisou abrir novas covas para acomodar os corpos, que são enterrados em bolsas especiais e em um caixão de madeira. Ele também comentou que o local está preparado para receber corpos de todo tipo de vítima, caso o sistema de necrotérios da cidade de NY atinja a capacidade máxima.
Mas não são apenas os americanos que empurram as estatísticas da pandemia para cima. Se as contaminações têm dado sinais de desaceleração na Itália e na Espanha, a covid-19 está se espalhando por Reino Unido e França assustadoramente. Os britânicos registraram ontem 980 mortes - um recorde para o país. Os franceses, 987. Os números relatados pelos dois países se parecem cada vez mais com os de italianos e espanhóis, quando eles estiveram no auge da pandemia. Tanto Reino Unido quanto França demoraram para apostar no isolamento como melhor forma de coibir a proliferação da doença.
Um dia antes, os ingleses já tinham registrado o óbito de 881 pessoas vítimas da covid-19, totalizando 8.114. Tanto na Inglaterra quanto em Londres os números foram os maiores até agora em um único dia. Há a expectativa de que o pico da doença no país esteja próximo, podendo ocorrer no domingo de Páscoa, e o Sistema Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) se prepara para um "tsunami" de casos no fim de semana.
O jornal The Guardian publicou material exclusivo apontando que o total de vítimas fatais ligadas ao coronavírus possa estar subestimado em até 1 mil pessoas no país por causa de mortes ocorridas em casas de repouso não contabilizadas.
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