Morte de Elizabeth II: brasileiros relatam clima de luto e tristeza no Reino Unido
Apesar do mundo já saber da saúde debilitada da Rainha que morreu aos 96 anos, a população foi pega de surpresa com o anúncio do falecimento da monarca nesta quinta-feira (8)
Um clima de luto e tristeza instaurou os quatro cantos da Inglaterra nesta quinta-feira (8). Brasileiros residentes em Londres contam que apesar do mundo já saber da saúde debilitada da Rainha Elizabeth II, que morreu aos 96 anos, a população da Inglaterra foi pega de surpresa com o anúncio do falecimento da monarca.
A carioca Julia Ramil falou à reportagem de O Liberal que o sentimento é de perda de um ente familiar. “Mesmo com idade avançada e já tendo diminuído suas aparições públicas, ninguém esperava por isso. Acho que assim como a morte de um familiar idoso, sabemos que não está longe mas não deixa de ser uma surpresa. Essa é a sensação que estou. Pois ela não tinha nenhuma doença nem estava hospitalizada. Ao contrário, a vimos em serviço com a nova primeira-ministra pouquíssimo tempo atrás”, relatou.
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Ela, que é guia de turismo em Londres, disse que a vida da Rainha sempre será lembrada e vai ser difícil o seu sucessor superá-la. “Penso que a importância e o impacto da Elizabeth II já é gigantesca mas ainda difícil de mensurar. Sempre que conto as histórias antigas de outros monarcas, gosto justamente de pensar em como a história deles impacta nossas vidas até hoje. O reinado dela foi o mais longo da história britânica, é imensurável essa importância. Aos poucos vamos entender isso e realizar o que vivemos e vimos ao vivo, o que vai entrar para história”, declarou.
A paulistana Larissa Elmôr afirmou que Londres foi tomada pelo silêncio, em respeito à morte da Rainha. “Aqui no Reino Unido as pessoas estão muito tristes. Quando anunciaram o falecimento, houve uma manifestação sonora, as pessoas começaram a gritar, mas depois, começou um triste e longo silêncio”, disse.
“Como ela teve 70 anos no trono, muitos ingleses viveram apenas o reinado dela. Então, a população está muito vulnerável, especialmente da Inglaterra, que estão todos na expectativa de uma melhora de vida, com a mudança da primeira-ministra. Todos estavam pensando na economia, na inflação que está muito alta, energia que elevou o custo de vida das pessoas”, contou.
Larissa, que é consultora de comunicação, descreveu a cena do Palácio de Buckingham, residência oficial e principal local de trabalho do Monarca do Reino Unido em Londres. “As pessoas se reuniram, muitas chorando bastante e se consolando mutuamente. A multidão está emocionada pela representatividade que ela trouxe. Ela trouxe união, empoderamento de uma mulher que assumiu um reino quase por acaso. Ela era jovem. E mesmo assim aceitou o desafio”, narrou.
“Ela foi considerada uma figura muito respeitada, não somente aqui no Reino Unido, mas no mundo todo. Elizabeth era uma figura muito carismática, sempre cumprindo com os seus deveres, colocando a vida dela em prol do governo e da representatividade do Reino Unido para o mundo. Vai fazer muita falta!”, finalizou a brasileira.
Linha de sucessão
De acordo com a linha de sucessão da Família Real, Príncipe Charles deve ser o novo rei, o que já traz certa desconfiança para a população do Reino Unido. O doutor em relações internacionais, Mário Tito, analisa que o monarca não é tão querido pelo público por causa de seu passado escandaloso.
“Charles foi casado com a Princesa Diana, antes de sua atual esposa, Camilla, a Duquesa da Cornualha. A separação do primeiro casal foi um escândalo e até hoje, o mundo não esqueceu. Então, o Príncipe não passa a mesma confiança que Elizabeth tinha. Fora que, todo chefe de Estado precisa ser mediador de conflito e até hoje não sabemos se ele, com 73 anos, tem essa característica. Ele nunca se posicionou e demonstrou ser um bom líder em todos esses anos”, explica o paraense.
Apesar da falecida Rainha ter passado por muitas crises que mancharam a história da Inglaterra, como o recente apoio irrestrito à Guerra da Ucrânia, ela deixa um legado que jamais será esquecido. “Ela foi uma mulher que cresceu sendo preparada para ser uma Rainha. Assumindo o trono em 1953, ela recebeu e aceitou a missão de resgatar a autoestima dos britânicos após a II Guerra Mundial. Uma mulher dirigindo uma grande nação e potência mundial, foi histórico”, afirmou.
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