Moradores disparam pistolas d’água e xingam turistas em Barcelona

Banhada pelo mar mediterrâneo, a cidade de Barcelona, na Espanha, é palco de uma onda de protestos contra turistas nas ruas nos últimos dias. Eles xingam e atacam turistas com pistolas de água para protestar contra o elevado número de visitantes que a cidade recebe.

VEJA MAIS

Barcelona é a capital da comunidade autônoma da Catalunha, e fica distante 630 km de Madrid. Nos protestos, os moradores pedem uma mudança no modelo econômico que reduza a afluência turística na cidade e as consequências que isso provoca na vida da população.

Nas redes sociais, há vídeos e fotos gravados durante as manifestações no último fim de semana mostrando pessoas marchando pelas ruas e protestando com clientes sentados do lado de fora dos restaurantes. Os manifestantes encheram armas de brinquedo com água e dispararam o líquido em pessoas que eles acreditavam ser turistas.

'Turistas voltem para casa', dizem manifestantes

Hóspedes também foram impedidos de sair de alguns hotéis porque os ativistas taparam as saídas. Os manifestantes erguiam placas com dizeres como “Barcelona não está à venda”, “turistas voltem para casa”, “fora turistas” e “declínio do turismo já”. A cidade recebe milhões de turistas anualmente e a população reclama que o comércio e setor imobiliário têm tomado medidas pensando no turismo, prejudicando a população local.

O aumento do preço da habitação é uma das pautas que mais preocupa os ativistas. Segundo dados da prefeitura de Barcelona, os aluguéis na cidade subiram 68% na última década. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), a Espanha é o segundo destino turístico mais visitado no mundo depois da França, com 85 milhões de visitantes estrangeiros em 2023, um aumento de 18,7% em relação ao ano anterior.

Medidas

Na semana passada, a prefeitura de Barcelona anunciou uma repressão aos aluguéis de férias de curta duração e sazonais em meio à crescente indignação dos moradores locais.

Serão eliminados mais de 10.000 apartamentos turísticos que a cidade possui até o final de 2028, para que voltem ao mercado e aumentem a oferta. A medida visa combater os efeitos “negativos” do alto turismo na região.