Mais de 50 pessoas morrem após seita estimular jejum para conhecer Jesus

Polícia resgatou 29 pessoas desnutridas e encontrou corpos em uma floresta

Emilly Melo
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A polícia do Quênia investiga um pastor evangélico suspeito de ser o responsável pela morte de cerca de 58 fiéis de uma seita religiosa, em Malindi, após incentivá-los a jejuarem até conhecer Jesus. As autoridades quenianas confirmaram o número de vítimas nesta segunda-feira (24).

Makenzie Nthenge, pastor e fundador da Igreja Internacional das Boas Novas, teria incentivado um grupo de pessoas a se submeterem a uma greve de fome na floresta de Shakahola, onde as valas com os corpos foram encontrados.

Os policiais acreditam que mais pessoas possam estar escondidas por se negarem a interromper o jejum.

No domingo (23), uma mulher foi encontrada com os olhos fora de órbita, que se recusava a receber alimentação. Ela foi transportada em uma ambulância e encaminhada para atendimento médico

As autoridades chegaram na floresta, em uma área com 323 hectares, e encontraram a cena de crime.

“Quando chegamos a uma área da floresta onde vemos uma cruz grande e alta, sabemos que isso significa que mais de cinco pessoas estão enterradas ali”, relatou Victor Kaudo, do Centro de Justiça Social de Malindi, à imprensa local.

Entre as sepulturas encontradas, a polícia acredita que uma contenha os corpos de dois pais e três crianças, todos da mesma família.

Outros crimes

Makenzie Nthenge está detido e aguarda julgamento. O pastor afirma que não fez nada de errado e encerrou as atividades da igreja em 2019.

Nthenge já havia sido detido no último mês depois de ser acusado de incentivar o jejum para duas crianças da cidade, que morreram de fome. Na época, o pastor pagou uma fiança equivalente a 740 dólares e foi liberado. Antes desse episódio, ele também foi preso por usar a Bíblia para convencer filhos de fiéis a deixarem de frequentar a escola.

“O que vimos em Sakhola é algo característico de terroristas”, afirmou o presidente queniano, William Ruto, durante cerimônia de funcionários do sistema prisional nesta segunda. “Os terroristas usam a religião para promover seus atos hediondos. Pessoas como Mackenzie utilizam a religião para fazer exatamente o mesmo”, destacou.

(*Emilly Melo, estagiária, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política)

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