Mais de 300 mil pessoas já fugiram de conflitos no Congo, diz ONU
O grupo armado M23 – que sofre sanções dos Estados Unidos e da ONU – faz parte da coalizão rebelde Alliance Fleuve Congo (AFC).
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a capital da província de Kivu do Norte, Goma, foi tomada pelo movimento e enfrenta uma situação humanitária “extremamente grave”, em razão dos combates. Resultado do confronto entre o Exército congolês e o grupo rebelde M23, apoiado por Ruanda, segue se expandindo na República Democrática do Congo, RD Congo. Segundo o órgão, mais de 300 mil pessoas buscam refúgio nos arredores da cidade, que tem cerca de 2 milhões de pessoas.
“A situação humanitária é extremamente grave em Goma e exige atenção imediata da comunidade internacional. Em nome da comunidade humanitária na RDC, apelo ao respeito pelo direito humanitário internacional e à proteção dos civis por todas as partes”, afirmou o coordenador da ONU no país, Bruno Lemarquis, por meio das redes sociais.
Entenda a situação
O grupo armado M23 – que sofre sanções dos Estados Unidos e da ONU – faz parte da coalizão rebelde Alliance Fleuve Congo (AFC).
A região onde os confrontos ocorre é rica em minerais, como o coltan, que são fundamentais para a produção de telefones e computadores.
No último domingo (27/1), o Congo anunciou que cortou relações diplomáticas com Ruanda, nação vizinha acusada de equipar os rebeldes com armas e combatentes.
Conflitos na RDC
A atividade armada do M23 recomeçou no Congo em novembro de 2021, com ataques contra o Exército de Kinshasa, capital do país, apoiado por milícias aliadas, no Kivu do Norte. Desde então, avançou em várias frentes até chegar a Goma.
Desde 1998, o leste da RDC enfrenta um conflito entre milícias e o Exército, apesar da presença da missão de manutenção de paz da ONU (Monusco).
Na última terça-feira (28/1), o general de divisão brasileiro Ulisses de Mesquita Gomes foi nomeado comandante da Monusco. O general atuou no Ceará em fevereiro de 2020, como reforço à segurança pública durante motim de policiais militares. Ele foi comandante da tropa empregada da Força Tarefa Felipe Camarão, durante a operação do Exército batizada de Madacaru.
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