Lutando por 'sobrevivência política', Biden testará sua candidatura em coletiva de imprensa

Presidente dos EUA terá que ser rápido, expressar-se com clareza, com voz confiante e sem anotações ou teleprompter, para convencer seu eleitorado

Aurélia END / AFP
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Joe Biden, que arrisca a sua sobrevivência política em cada aparição pública, enfrentará nesta quinta-feira (11) um teste decisivo para a sua candidatura presidencial quando der uma coletiva de imprensa, um exercício que o presidente americano não gosta muito. E será "uma coletiva de imprensa para crianças grandes", promete a Casa Branca, sem mais detalhes sobre quanto tempo durará ou como se desenrolará. 

Esta curiosa expressão pretende distinguir as breves e bem organizadas sessões de perguntas e respostas que o presidente americano costuma realizar na companhia dos líderes estrangeiros que recebe. Nelas, um total de quatro jornalistas, previamente designados, fazem perguntas.

Às 17h30, horário local (18h30 no horário de Brasília), no centro de conferências que recebe a cúpula da Otan em Washington esta semana, Biden terá que ser rápido, expressar-se com clareza, com voz confiante, sem anotações ou teleprompter. 

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Em suma, tudo o que lhe foi difícil no dia 27 de junho durante o debate com o seu rival republicano Donald Trump, que enfrentará nas eleições presidenciais de novembro. 

Desde aquele desastroso duelo televisionado, o democrata de 81 anos não conseguiu dissipar as dúvidas que assolam o seu partido.

"Pelo bem do país"

Na quarta-feira, Peter Welch, de Vermont, tornou-se o primeiro senador democrata a pedir-lhe diretamente que "se retire da corrida" à Casa Branca "pelo bem do país". 

Vários representantes eleitos da Câmara de Representantes seguiram a mesma linha. Eles se juntaram na quarta-feira ao ator George Clooney, um democrata fervoroso e poderoso arrecadador de fundos. 

Grandes nomes do partido, como a ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, exortam o presidente americano a "tomar uma decisão". A insinuação é que a decisão que ele já tomou, ou seja, permanecer na corrida, não é necessariamente a certa. 

Os senadores democratas marcaram um almoço nesta quinta-feira com três dos assessores mais próximos de Biden. 

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Segundo a investigadora Martha Joynt Kumar, citada pela Axios, Biden deu 36 coletivas de imprensa desde que assumiu a Presidência. Dos seus seis antecessores, apenas o republicano Ronald Reagan fez menos.

"Amigos, são quase 18h. Com todo o respeito, vejo vocês na próxima coletiva (de imprensa). Ok?". Foi assim que Biden concluiu uma maratona de perguntas de duas horas com jornalistas em janeiro de 2023. 

Mas não houve uma "próxima" coletiva de imprensa, ou pelo menos nenhuma daquela duração.

Para a cama

Em setembro de 2023, por exemplo, Biden deu uma entrevista coletiva durante uma viagem ao Vietnã, a qual concluiu dizendo à imprensa que estava "indo para a cama". 

Trump, por sua vez, embora ataque violentamente a mídia, não resistia a um microfone ou a uma câmera quando era presidente, muitas vezes passando mais de uma hora com jornalistas. 

As coletivas de imprensa de Biden acontecem normalmente em dois contextos específicos: viagens ao exterior ou visitas de líderes estrangeiros. 

De resto, contenta-se em responder, ocasional e brevemente, a uma ou duas perguntas de um pequeno grupo de repórteres reunidos para um dos seus discursos ou que viajam com ele. 

O teste crucial desta quinta-feira ocorre depois de vários dias agitados para o presidente octogenário, que está desesperado para provar a sua vitalidade. 

No período de uma semana, por exemplo, fez campanha em dois estados-chave, Wisconsin e Pensilvânia, deu uma entrevista à ABC e participou nas reuniões de cúpula da Otan, organizando um jantar na noite de quarta-feira para os líderes dos países membros da aliança militar.

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