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Kamala e seu vice na chapa, Tim Walz, têm desafios para convencer em redutos conservadores

Os dois mandatos de Walz à frente do Minnesota foram voltados para políticas de investimento na educação pública

Gustavo Freitas / O Liberal
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No último dia 6, o mistério pela escolha do vice-presidente de Kamala Harris chegou ao fim com o anúncio de Tim Walz, governador do Minnesota, para ser seu companheiro de chapa na disputa pela Casa Branca.

Os dois mandatos de Walz à frente do Minnesota foram voltados para políticas de investimento na educação pública e expansão do Medicaid para tornar cuidados médicos mais acessíveis, temas sensíveis à vice-presidente dos Estados Unidos.

Nas últimas semanas, a lista de nomes para a posição estava restrita a seis nomes, incluindo Walz, Shapiro, o governador do Kentucky Andy Beshear, senador Mark Kelly, o secretário Pete Buttigieg e o governador de Illinois J.B Pritzker. Além da atuação como governador, pesou também a proximidade ideológica de Tim Walz com Kamala Harris.

Havia uma expectativa para que o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, fosse o escolhido para a vaga por conta da indefinição política que pode ser decisiva no seu estado. Diferentemente do Minnesota, um estado que tradicionalmente vota em democratas, a Pensilvânia é considerada um swing state e pesquisas apontam que Donald Trump está à frente por margem mínima, o que seria suficiente para dar a ele 19 delegados e elegê-lo presidente dos Estados Unidos.

Entretanto, segundo fontes próximas a Kamala Harris, a reunião entre os dois não foi tão animadora como a conversa com Tim Walz. Além disso, Shapiro é visto por muitos como provável candidato presidencial pelo partido Democrata em 2028, acendendo o alerta na equipe da vice-presidente.

Reação republicana 

Após o anúncio, Donald Trump agradeceu a escolha do governador do Minnesota que, segundo o ex-presidente, é um "extremista radical de esquerda" que não agrega politicamente à chapa de Kamala Harris.

Durante a crise em Minneapolis de 2020, o então presidente Donald Trump criticou duramente a resposta do governador Tim Walz, especialmente em relação à maneira como lidou com os protestos após o assassinato de George Floyd. Trump acusou Walz de ser fraco e de não agir de forma suficientemente enérgica para conter a violência e o saqueamento que ocorreram na cidade. Em várias declarações públicas e nas redes sociais, Trump sugeriu que a falta de uma resposta mais firme permitiu que a situação se deteriorasse, aumentando a sensação de caos e desordem em Minneapolis.

Além disso, Trump frequentemente contrasta a abordagem de Walz com a sua própria postura de "lei e ordem", afirmando que, sob sua liderança, os distúrbios teriam sido controlados de forma mais eficaz. Ele usou a crise como um exemplo do que considerava ser a falha dos governadores democratas em manter a segurança pública, argumentando que as políticas mais progressistas de Walz contribuíram para a escalada da violência.

Tim Walz e Kamala Harris enfrentarão desafios entre os eleitores da região do Rust Belt, que tradicionalmente depende de indústrias ligadas à manufatura e o carvão, e o eleitorado pode ver as políticas de energia limpa e sustentabilidade, áreas em que ambos têm se concentrado, como uma ameaça aos empregos locais. A transição para uma economia mais verde pode ser percebida como desvantajosa, gerando resistência entre eleitores que temem perder seus meios de subsistência.

Reforma da justiça criminal afasta conservadores

Além disso, a postura de ambos em relação à justiça social e à reforma da justiça criminal desanimam alguns eleitores no Rust Belt, especialmente aqueles em áreas mais conservadoras, que podem ver essas reformas como excessivamente progressistas ou como uma ameaça à ordem pública. A defesa de mudanças na atuação policial e no sistema de justiça são uma das principais reclamações em regiões onde o apoio às forças de segurança é forte.

Ainda há também a percepção de que Harris e Walz são mais alinhados aos interesses urbanos e liberais, os distanciando das necessidades de eleitores rurais e de pequenas cidades do Rust Belt. A narrativa de que suas políticas atendem mais aos centros urbanos já está sendo explorada por Donald Trump, que acusa a chapa de ser perigosa para os interesses do país.

Apesar das críticas, pesquisas diárias têm mostrado que Kamala Harris tem subido nas pesquisas e está vivendo um momento político mais empolgante que Donald Trump. O crescimento é uma novidade para o partido Democrata que, até então, não havia conseguido mudar a percepção do eleitorado sobre o futuro do partido sob o comando de Joe Biden.

Em pesquisa divulgada pelo instituto MULaw, Harris aparece com 48% contra 47% de Donald Trump, o mesmo instituto apontava o republicano com seis pontos de vantagem contra Biden em julho deste ano. O bom momento político de Kamala apresenta uma tendência de uma eleição cada vez mais imprevisível no próximo dia 5 de novembro.

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