Justiça alemã anula resultado das eleições de 2021 em Berlim

Os juízes alegaram a "frequência e gravidade dos erros da votação" como justificativa para a decisão

Luciana Carvalho
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Nesta quarta-feira (16), o Tribunal Constitucional de Berlim anulou as eleições legislativas na capital alemã realizadas em setembro de 2021, marcadas por diversas falhas. Com a decisão inédita, um novo pleito será realizado nos próximos 90 dias com os mesmos candidatos. As informações são do portal O Globo.

 A votação ocorreu no mesmo período das eleições federais, no mesmo dia da Maratona de Berlim e enquanto medidas de restrição pela pandemia de Covid-19 estavam em vigor, influenciando no comparecimento de eleitores e na organização das seções eleitorais.

 “As eleições para a Câmara dos Deputados e assembleias distritais são declaradas inválidas em toda a zona eleitoral de Berlim” disse Ludgera Selting, presidente do tribunal.

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Os juízes alegaram a "frequência e gravidade dos erros da votação" como justificativa para a decisão, até então inédita na história recente da Alemanha. Segundo eles, os erros são relativos às "falhas sistemáticas na preparação das eleições".

Os eleitores de Berlim foram às urnas em 26 de setembro de 2021 para eleger os deputados do Bundestag, o Parlamento unicameral alemão e os membros das assembleias dos 12 distritos da cidade. Um referendo sobre a possível expropriação de grandes grupos imobiliários também estava em votação.

No entanto, a capital alemã estava parcialmente paralisada naquele mesmo domingo pela famosa Maratona de Berlim, que costuma reunir milhares de participantes. Muitos eleitores reclamaram que não puderam votar por conta do fechamento das ruas ou que tiveram de esperar por horas. O tribunal também constatou que alguns postos de votação encerraram temporariamente as atividades e que havia cédulas de voto incorretas ou insuficientes, além do número reduzido de urnas.

Atualmente, a cidade é comandada pela ex-ministra Franziska Giffey (SPD, sigla em inglês do Partido Social-Democrata), à frente de uma coalizão formada por ambientalistas e a esquerda radical Die Linke.

Na semana passada, o Parlamento já havia decidido que eleitores de 431 das mais de 2.250 seções eleitorais de Berlim também deverão votar novamente para as eleições federais. No entanto, não se espera que a nova votação tenha qualquer impacto na composição atual do governo.

(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).

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