Israel x Hezbollah: entenda escalada de tensão no Líbano

O gabinete de guerra israelense discutiu a situação na fronteira libanesa, com uma série de visitas de altos funcionários à área na última semana

Gustavo Freitas
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Nos últimos dias, a tensão entre Israel e o Hezbollah intensificou-se, resultando em promessas de retaliação severa do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Ele declarou uma resposta "extremamente poderosa" aos recentes ataques provenientes do Líbano. A situação agravou-se após drones lançados pelo Hezbollah atingirem a cidade de Hurfeish, no norte de Israel, ferindo 11 pessoas, uma delas gravemente. Esse ataque ocorreu na região da Alta Galileia, predominantemente habitada por drusos, e foi marcado por várias explosões e pela falta de ativação dos alarmes de ataque aéreo.

No início desta semana, uma série de ataques do Hezbollah gerou incêndios significativos na região. Imagens transmitidas de Kiryat Shmona mostraram chamas consumindo áreas florestais próximas, obrigando as equipes de emergência a trabalharem durante dois dias para conter os incêndios. A situação gerou fortes críticas de líderes comunitários na fronteira com o Líbano, uma área amplamente evacuada desde o início do conflito com Gaza, que se queixam de abandono e da falta de perspectivas de retorno. Desde outubro, dezenas de milhares de pessoas foram deslocadas de ambos os lados da fronteira.

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Durante uma visita a Kiryat Shmona na quarta-feira, Netanyahu afirmou: "Quem pensa que pode nos prejudicar e que ficaremos de braços cruzados está redondamente enganado. Estamos preparados para uma ação muito forte no Norte. De uma forma ou de outra, restaurarmos a segurança no norte". Kiryat Shmona tem estado praticamente deserta desde que o Hezbollah iniciou ataques quase diários contra Israel em 8 de outubro.

Na terça-feira, o gabinete de guerra israelense discutiu a situação na fronteira libanesa, com uma série de visitas de altos funcionários à área. O chefe das Forças de Defesa de Israel (IDF), Herzi Halevi, declarou durante uma visita ao norte: "Estamos nos aproximando do ponto em que teremos que tomar uma decisão. As IDF estão prontas para uma ofensiva."

Apesar de o Hezbollah afirmar que não deseja uma guerra total com Israel, a situação na fronteira permanece tensa e insustentável. Em resposta à escalada do conflito, o governo israelense aumentou o número máximo de reservistas que pode convocar em mais 50.000, elevando o total para cerca de 350.000, próximo ao número mobilizado no início do conflito com Gaza. As IDF justificaram esse aumento pela continuidade das operações em Rafah, no sul de Gaza, que exigiram mais pessoal do que o inicialmente planejado.

Embora o Hezbollah já tenha usado drones anteriormente, esta foi a primeira vez que anunciou o disparo de um esquadrão inteiro. Essa ação aumentou ainda mais as preocupações internacionais sobre a possibilidade de um conflito mais amplo.

A situação na fronteira entre Israel e Líbano permanece volátil, com ambos os lados preparados para ações mais intensas, aumentando o risco de um conflito regional mais amplo. A comunidade internacional continua a monitorar de perto os desdobramentos, apelando por moderação e soluções pacíficas para evitar mais violência e destruição.

Cessa-fogo em Gaza

Na última semana, o governo de Joe Biden propôs um acordo de cessar-fogo que pedia a libertação imediata dos reféns pelo Hamas, levando a uma trégua no conflito, "juntamente com garantias de segurança para Israel e oportunidades para uma paz mais duradoura e a longo prazo e uma solução de dois Estados".

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A declaração é apoiada pelos Estados Unidos, Argentina, Áustria, Brasil, Bulgária, Canadá, Colômbia, Dinamarca, França, Alemanha, Polônia, Portugal, Romênia, Sérvia, Espanha, Tailândia e Reino Unido. Apesar do amplo apoio internacional, Israel e Hamas não aceitaram o acordo.

Recentemente, o premiê israelense disse que “não haverá cessar-fogo até que o Hamas seja eliminado”. O grupo terrorista também colocou em descrédito as tentativas lideradas pelos Estados Unidos, alegando que “são só palavras pronunciadas por Biden em um discurso”, travando qualquer tentativa de mediação pacífica para o fim do conflito.

A expectativa de Joe Biden é que o acordo ajude a acabar com as tensões com o hezbollah e, consequentemente, reduzir a quantidade de protestos pró-Palestina que tem tomado ruas e universidades pelos Estados Unidos.

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