Israel vai retirar civis em regiões fronteiriças após ataques terroristas do Hamas
Medida indica intensificação da resposta militar israelense; saldo de mortos chega a 913
Israel está em preparação para retirar civis de áreas próximas às fronteiras com a Faixa de Gaza e o Líbano neste domingo (08), um dia após sofrer o que já é considerado o pior ataque em 50 anos.
O governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, que na véspera declarou guerra contra o grupo extremista islâmico Hamas, agora avalia uma possível incursão por terra contra o enclave palestino, que segue sob intensos bombardeios.
Balanço
Terroristas do Hamas mataram pelo menos 600 israelenses e feriram mais de 2.000 em um ataque surpresa lançado por por terra, água e mar no sábado (7). Também levaram mais de cem reféns israelenses para a Faixa de Gaza.
Israel revidou com ataques aéreos e matou 313 palestinos, incluindo 20 crianças, além de deixar 2.200 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde palestino.
Preparação
As autoridades de Israel preparam a retirada de milhares de residentes de 24 localidades no sul do país, perto da fronteira com a Faixa de Gaza. Os moradores da região ainda processavam o choque dos massacres promovidos por terroristas do Hamas e da chuva de milhares de foguetes disparados a partir do enclave palestino na véspera.
O conflito já se espraia para o norte de Israel, que na manhã de domingo sofreu ataques de foguetes do grupo xiita Hizbullah, apoiado pelo Irã. Não havia registros de mortos na ação. Israel revidou com bombardeios no sul do Líbano e ordenou a retirada de moradores da região de fronteira.
Ajuda externa
O premiê disse neste domingo que o conflito contra o Hamas seria "longo e difícil". Em busca de apoio internacional, ele conversou por telefone com líderes de países do Ocidente como o americano Joe Biden, o britânico Rishi Sunak, o alemão Olaf Scholz e o ucraniano Volodimir Zelenski.
Após os serviços de inteligência terem sido pegos de surpresa pelos ataques terroristas do Hamas, o governo de Israel afirmou que buscará eliminar "capacidades militares e de governo do Hamas e do Jihad Islâmico de uma forma que impediria a sua capacidade e vontade de ameaçar e atacar os cidadãos de Israel durante muitos anos".
O Hamas disse que a ofensiva foi motivada pelos "ataques crescentes" de Israel contra os palestinos na Cisjordânia, em Jerusalém e contra os palestinos nas prisões israelenses.
Na Faixa de Gaza, que concentra 2 milhões de palestinos, moradores relatam desespero sob os bombardeios isralenses. Ao menos 20 mil pessoas buscaram abrigo em escolas administradas pela UNWRA, agência das Nações Unidas que administra campos de refugiados na região.
Segundo a emissora qatari Al Jazeera, um bombardeio da Israel matou ao menos 22 membros de uma mesma família em Khan Younis, no sul do enclave palestino. Os membros da família Abu Daqqa estavam em suas casas quando elas foram atingidas por mísseis israelenses.
Já no Egito, dois turistas israelenses e um guia egípcio foram mortos a tiros na cidade de Alexandria, informou o Ministério das Relações Exteriores de Israel.
Há estrangeiros entre os reféns levados para a Faixa de Gaza. O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, disse à Fox News que há dezenas de israelenses com cidadania americana entre os reféns. Já a embaixadora no Reino Unido disse à Sky News que um cidadão britânico foi levado para Gaza. Autoridades do México e da Alemanha disseram suspeitar que cidadãos de seus países também foram sequestrados.
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