Israel revela gruta funerária de mais de 2 mil anos que teria sido de Salomé, parteira de Jesus
O local foi encontrado há 40 anos por saqueadores de antiguidades na floresta de Lachish, localizada entre Jerusalém
Nesta terça-feira (21), uma das grutas funerárias mais impressionantes já descobertas, que teria cerca de 2.000 anos e que foi designada como "o túmulo de Salomé", foi revelada pelas autoridades israelenses. As informações são do portal Extra.
O local foi encontrado há 40 anos por saqueadores de antiguidades na floresta de Lachish, localizada entre Jerusalém e a Faixa de Gaza, o que levou a escavações arqueológicas que revelaram uma imensa esplanada que atesta a importância desta gruta funerária, segundo os arqueólogos.
O local, onde foram encontradas caixas com ossos, inclui vários cômodos e nichos escavados na pedra. É uma das grutas mais "impressionantes" e "elaboradas" descobertas em Israel, de acordo com a Autoridade de Antiguidades (AIA).
MENAHEM KA Inscrições em grego antigo nas paredes da gruta carregam o nome de Salomé, que, segundo a tradição ortodoxa, teria sido a parteira de Jesus. (MENAHEM KAHANA / STF)
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Primeiro foi usada para ritos fúnebres judaicos e pertenceu a "uma rica família de judeus que se esforçou muito para preparar a gruta", disse a mesma fonte.
Mais tarde, o local se tornou uma capela cristã dedicada à Salomé, uma das parteiras presentes no nascimento de Jesus, de acordo com certas correntes do cristianismo. O fato é atestado pela presença de cruzes e uma dezena de inscrições gravadas nas paredes que se referem a ela.
"Salomé é uma figura misteriosa", enfatizou a AIA. "De acordo com a tradição cristã (ortodoxa), a parteira de Belém não acreditou que lhe pediram para ajudar a dar à luz uma virgem, sua mão então secou e só se curou quando segurou o bebê", explicou o organismo.
O culto de Salomé e o uso do local continuaram até o século IX, após a conquista muçulmana, disse a AIA. "Algumas das inscrições foram escritas em árabe, enquanto os crentes cristãos continuaram a rezar no local", disse ainda a AIA em nota.
A escavação da esplanada, que se estende por 350 metros quadrados, revelou tendas que, segundo os arqueólogos, ofereciam lamparinas de barro.
“Encontramos centenas de lamparinas completas e quebradas que datam dos séculos VIII-IX. Talvez as lâmpadas fossem usadas para iluminar a caverna, ou para cerimônias religiosas, da mesma forma que as velas são distribuídas hoje em túmulos e igrejas”, disseram Nir Shimshon-Paran e Zvi Firer, diretores das escavações do AIA no sul de Israel.
(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).
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