Igreja Anglicana diz que não há problema em ser solteiro pois Jesus também era

Um relatório divulgado nesta sexta-feira (26) pela Igreja Anglicana na Inglaterra, diz que pessoas solteiras devem ser tão valorizadas quanto aquelas que estão em um relacionamento. A instituição afirma apoiar uma sociedade mais diversa e em evolução.

No documento "Love Matters" (amor importa), a igreja afirma que os solteiros devem ser acolhidos e lembra que Jesus não se casou, o que justifica a igreja celebrar a "solteirice".

Nos últimos tempos, a Igreja Anglicana da Inglaterra tem passado por diversas mudanças. Em 1994, começou a permitir a ordenação de mulheres como sacerdotes e em 2014, como bispas. Em janeiro deste ano, a instituição emitiu um pedido de desculpas pelos laços econômicos que uma de suas organizações teve com a escravidão.

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Com o intuito de lidar com a diversidade e a fluidez da vida no século XXI, a igreja criou, em 2021, uma comissão para examinar as relações interpessoais e a família.  "Temos uma incrível oportunidade de reimaginar uma sociedade diversa em que todos os relacionamentos são valorizados, promovendo a estabilidade que nos permite prosperar em uma variedade de famílias, inclusive com solteiros", diz o documento.

Os solteiros não devem ser vistos como "menores" em relação aos casais, diz o relatório. "Honre e celebre sua condição, seja por escolha ou circunstância, e reconheça o lugar pleno deles na igreja e na sociedade."

De acordo com o texto, o número de solteiros vem aumentando, já que os jovens priorizam a carreira e outros objetivos antes de se casarem. No entanto, isso não significa que a família e o casamento estejam em declínio.

O documento ressalta que morar sozinho não implica necessariamente em solidão ou isolamento, especialmente se houver uma rede de apoio, e também aborda os impactos da pandemia na vida dos solteiros.

Fundada em 1534 e liderada pelo monarca do Reino Unido (atualmente o Rei Charles 3º), a Igreja Anglicana da Inglaterra é a matriz da Comunhão Anglicana, que conta com 85 milhões de seguidores em 165 países.

Recentemente, a instituição tem promovido discussões sobre como lidar com casamentos entre pessoas do mesmo sexo e acolher ativistas LGBTQIA+ que buscam os mesmos direitos dos cristãos heterossexuais.

(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).