Homem recebe coração de porco em transplante inédito nos E.U.A
Operado com sucesso, homem recebeu órgão retirado de um animal preparado geneticamente
Cirurgiões americanos transplantaram com sucesso o coração de um porco geneticamente modificado em um humano. A operação é inédita no mundo, informou a universidade Maryland Medical School nesta segunda-feira (10).
O comunicado explicou que a cirurgia foi realizada na sexta-feira (7) e mostrou pela primeira vez que o coração de um animal pode continuar a bater em um ser humano sem rejeição imediata.
O paciente, David Bennett, não tinha condições de receber um coração humano. Ele está sob vigilância médica para analisar o funcionamento de seu novo órgão.
"Era morrer ou fazer esse transplante. Eu quero viver. Eu sei que é um tiro no escuro, mas é minha última opção", declarou Bennett um dia antes da Cirurgia.
A Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) americana concedeu uma autorização de emergência para a cirurgia na véspera de Ano Novo, como a última chance para um paciente que não estava apto para um transplante convencional.
Método inovador
O porco doador passou por um procedimento de modificação genética para diminuir a probabilidade de rejeição de um corpo humano.
O experimento foi realizado pela empresa de biotecnologia Revivicor, que também forneceu o porco usado em um transplante de rim em um paciente com morte cerebral em Nova York em outubro.
A equipe usou um novo medicamento junto com outras substâncias convencionais para suprimir o sistema imunológico e impedir que ele rejeite o órgão.
Cerca de 110.000 americanos esperam por um transplante de órgão atualmente, e mais de 6.000 morrem a cada ano antes de receber um, de acordo com dados oficiais.
Para atender à demanda, os médicos se interessam pelo chamado xenotransplante, ou doação de órgãos entre espécies.
Atualmente, válvulas cardíacas de porco são utilizadas em humanos, e a pele é enxertada em pessoas que sofreram queimaduras.
Os porcos são doadores ideais devido ao seu tamanho, rápido crescimento, grandes ninhadas e por estarem sempre disponíveis, sendo criados para alimentação.
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