Governo do Equador suspende vice-presidente Verónica Abad por cinco meses
Ministério do Trabalho alega abandono de função; Abad acusa governo de perseguição política.
O Ministério do Trabalho do Equador anunciou, no último sábado (9/11), a suspensão da vice-presidente Verónica Abad por 150 dias, sem remuneração, sob acusação de abandono de função. Segundo o órgão, Abad descumpriu a Lei do Serviço Público, que determina sanções para ausências injustificadas de três dias ou mais. Ela deveria ter se apresentado como embaixadora em Ancara, na Turquia, até 1º de setembro de 2023, mas chegou à cidade cinco dias após o prazo.
Em vídeo publicado nas redes sociais no domingo, 10 de novembro de 2024, Abad classificou a medida como uma “violação grosseira” à Constituição e às leis do Equador. “Após inúmeros ataques do presidente Daniel Noboa, seus ministros e aliados, denuncio mais uma vez o descumprimento flagrante da Constituição e das leis equatorianas”, afirmou.
A legislação equatoriana permite que o presidente delegue funções ao vice-presidente durante campanhas eleitorais, mas Noboa e Abad mantêm uma relação tensa desde a campanha. As divergências entre ambos se intensificaram depois que o presidente nomeou Abad como embaixadora em Israel, no início de seu governo.
Desde então, a vice-presidente tem criticado a administração e denunciado o que considera ser uma “perseguição política”, especialmente após a prisão de seu filho, investigado por suspeitas de tráfico de influência.
Abad enxerga a suspensão como parte de uma estratégia política mais ampla. “Com métodos autoritários, o presidente Noboa e seus ministros estão rompendo a ordem constitucional e executando um golpe de Estado disfarçado, com o objetivo de pavimentar sua reeleição”, declarou.
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