Governo do Chile cancela Apec e COP-25 no país após protestos
A cúpula da Apec estava programada para reunir vinte líderes mundiais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
O Chile desistiu de sediar uma cúpula comercial da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) em novembro e a cúpula climática COP25 em dezembro por causa das várias semanas de tumultos violentos, anunciou o presidente Sebastián Piñera nesta quarta-feira (30).
A cúpula da Apec reuniria 20 líderes mundiais, entre eles o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, entre 16 e 17 de novembro. Já a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP25) deveria acontecer entre 2 e 13 de dezembro.
"Esta foi uma decisão muito difícil, uma decisão que nos causa muito sofrimento, porque entendemos plenamente a importância da Apec e da COP25 para o Chile e para o mundo", disse Piñera em um comunicado curto no palácio La Moneda de Santiago.
Tumultos, incêndios criminosos e protestos contra a desigualdade ocorridos neste mês deixaram ao menos 18 mortos, 7 mil presos e prejuízos de cerca de 1,4 bilhão de dólares para empresas chilenas. O metrô da capital sofreu ao menos 400 milhões de dólares de prejuízos.
Em um cenário no qual a popularidade de Piñera atingiu seu menor índice, os chilenos estão convocando novos protestos e a Organização das Nações Unidas (ONU) está enviando uma equipe para investigar alegações de abusos de direitos humanos.
O cancelamento do fórum comercial pegou o governo Trump de surpresa, disse uma autoridade da Casa Branca à Reuters.
A autoridade disse que Washington soube da decisão através de reportagens e que busca mais informações.
(Por Marion Giraldo)
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