Governo de Maduro anuncia prisão de dois colaboradores de María Corina Machado
Opositora é acusada de 'desestabilização' e sofre ofensiva judicial na Venezuela
As autoridades venezuelanas vincularam, na quarta-feira (20), a opositora María Corina Machado a planos de "ações desestabilizadoras" com vistas às eleições de 28 de julho, e anunciaram a detenção de dois de seus colaboradores mais próximos.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, não informou, no entanto, se há medidas judiciais em particular contra a líder opositora, favorita nas pesquisas, mas inabilitada por 15 anos a ocupar cargos públicos.
Ela reagiu, denunciando uma "brutal repressão" contra sua equipe de campanha.
"Tudo, absolutamente tudo o que disse o procurador do terror, o ministério impudico, é falso. Tudo é mentira", disse Machado em uma conferência de imprensa. "O regime quer fechar o caminho para a mudança [...], sabem que estão derrotados, porque não há maneira de eles ganharem uma eleição contra nós", acrescentou.
Saab anunciou a detenção de Henry Alviárez e Dignora Hernández, líderes nacionais da organização política de María Corina (Vente Venezuela), acusando-os de orquestrar "ações desestabilizadoras" em protestos planejados para tentar "forçar" a habilitação da opositora antes das eleições presidenciais, em que Nicolás Maduro tentará um terceiro mandato de seis anos. Nesta quarta, ele aceitou durante um comício o apoio de aliados do partido do governo a sua candidatura.
"A missão" era "gerar desestabilização no país, aglomerar as massas utilizando sindicatos e grupos estudantis para incentivar uma ala militar" em prol de um levante, disse Saab em uma declaração à imprensa, na qual lembrou outras conspirações e planos de magnicídio denunciados pelo chavismo.
Os Estados Unidos classificara as detenções como "arbitrárias".
'Nosso caminho é eleitoral'
Sete colaboradores de Machado foram presos nos últimos dias e o Ministério Público emitiu outras sete ordens de prisão, uma das quais tem como alvo Magalli Meda, braço direito da ex-deputada e cogitada como alternativa para ser candidata em seu lugar. A Promotoria também pediu a detenção do general reformado Oswaldo Bracho.
O período de inscrições começa nesta quinta-feira e se estenderá até a próxima segunda-feira.
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