Governo argentino anuncia pacote fiscal com desvalorização do peso
Medidas incluem a suspensão de novas licitações e o cancelamento de licitações de obras públicas ainda não iniciadas
O governo argentino divulgou nesta terça-feira (12) seu primeiro pacote fiscal em resposta à grave crise econômica, uma das piores da história recente do país, marcada por hiperinflação e aumento da pobreza.
O ministro da Economia, Luis Caputo, apresentou uma série de ajustes fiscais em um discurso pré-gravado de 17 minutos, transmitido com duas horas de atraso e sem espaço para perguntas dos jornalistas. Entre as medidas anunciadas estão a desvalorização do peso, com a cotação em relação ao dólar elevada para 800 pesos, o que inclui aumento temporário de impostos de importação e retenção de impostos sobre exportações não agropecuárias.
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Outras medidas incluem a suspensão de novas licitações e o cancelamento de licitações de obras públicas ainda não iniciadas, a redução de subsídios à energia e aos transportes, o mínimo de transferências às províncias, a suspensão de publicidade governamental por um ano, a não renovação de contratos de trabalho com menos de um ano, a redução do número de secretarias de 106 para 54 e de ministérios de 18 para 9, além do anúncio de priorização de projetos sociais sem intermediários.
O ministro enfatizou a gravidade da situação econômica, declarando que a Argentina gasta mais do que arrecada, resultando em um déficit fiscal, e alertou para o risco de hiperinflação se a situação persistir. O presidente Javier Milei, que prometeu cortes profundos na estrutura estatal durante sua campanha, destacou que o país está enfrentando a pior fase de sua história e busca neutralizar a crise.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) elogiou as medidas, considerando-as "audaciosas" e expressando a expectativa de que ajudem a estabilizar a economia e estabelecer as bases para um crescimento mais sustentável liderado pelo setor privado. O pacote era aguardado como uma das principais ações do novo governo. No discurso de posse no domingo (10), Milei alertou a população sobre a falta de recursos no país e a necessidade de enfrentar tempos difíceis antes de uma melhora.
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