Família brasileira mostra última mensagem de jovem sequestrada pelo Hamas; veja
A família da jovem não tem notícias dela desde o 1° dia dos ataques.
Mais de 120 pessoas já foram levadas para Gaza como reféns desde o início dos conflitos entre Israel e o Hamas, no dia 7 de outubro. Celeste Fishbeinm, uma jovem de 18 anos, nascida em Israel, mas de família brasileira, está entre essas pessoas. A família da jovem não tem notícias dela desde o 1° dia dos ataques. Para os familiares, fica a dúvida: como trazer Celeste e as demais pessoas de volta, e com vida?
Celeste é filha e neta de brasileiros. Com 18 anos, ela trabalhava como cuidadora de crianças em uma escola infantil. Ela desapareceu no início da guerra, no último dia 7. E depois de sete dias sem notícias dela, uma informação do exército israelense fez a família acreditar que ela poderia estar entre os reféns do Hamas.
Em conversa com o Fantástico ao longo de toda a semana, Mario Fishben, tio de Celeste, revelou que há registros do celular dela em Gaza que deram alguma esperança de mais informações.
“Sabemos que o telefone dela está lá em Gaza. Não localizaram o telefone em si, localizaram o último sinal do telefone. Mas isso não quer dizer nada, o telefone pode estar em um lado e ela pode estar em outro”, explicou.
A dificuldade, no entanto, é muito grande e a família admite que a preocupação aumenta conforme os dias vão passando.
“Vai passando o tempo e você vai ficando mais desesperado, porque eles não passam nenhum tipo de informação”, disse Mario.
A apreensão aumentou durante a última quarta-feira (11). A mãe de Celeste foi até um local em Gaza para dar uma amostra de DNA de Celeste, para saber se ela poderia estar entre as vítimas da guerra. No entanto, não houve notícias até sexta-feira (13). E todos ficaram ainda mais preocupados.
Porém, a esperança prevaleceu: chegou a notícia de que Celeste está entre as pessoas sequestradas pelo Hamas – o que significa que ela não está entre as vítimas já encontradas.
Quando os ataques começaram, Celeste e o seu namorado – de quem não há informações até o momento – estavam na casa dela no Kibutz Be'eri, uma comunidade agrícola bem próxima da Faixa de Gaza. A avó dela mora a 500 metros do local, e lá também estavam a mãe e o irmão de Celeste.
Quando as sirenes começaram, as pessoas da família de Celeste foram para um abrigo que todas as casas da região possuem. E por um aplicativo de mensagens instantâneas, surgiu a preocupação sobre o paradeiro da jovem quando ela, que havia ficado em casa, parou de responder.
Os familiares de Celeste ficaram 20 horas trancados no abrigo. E de lá viram tudo ao redor ser invadido – como a casa da jovem – e destruído.
“Depois de 20 horas chegaram os soldados de Israel e conseguiram resgatar a minha mãe, minha irmã, meu sobrinho e a cuidadora da minha mãe. E foram levando-os na direção do transporte para tirar eles do Kibutz – lá, tudo foi destruído".
Gladys Fishbein, mãe de Celeste, conversou com o Fantástico na tarde deste domingo (15). Ela desabafou sobre a falta de informações sobre a filha e disse que está difícil reunir forças para continuar lutando para conseguir notícias.
"A verdade é que a situação é insuportável", disse a mãe de Celeste. "Eu não sei onde ela está. Eu não sei a condição dela. Eu não sei como ela está se sentindo. Não sei. Eu fico louca".
Sem respostas de Israel
Em Tel Aviv, famílias protestaram exibindo fotos e nomes de reféns no sábado (14). E exibiram esforços do governo de Israel para que os sequestrados pelo Hamas sejam trazidos de volta de Gaza.
De acordo com declarações do grupo terrorista armado, 22 reféns já teriam sido mortos em Gaza por ataques israelenses – no entanto, não há provas de que isso realmente tenha acontecido. Ainda assim, a preocupação continua porque eles estão em Gaza, e a Faixa de Gaza está sendo destruída.
“Aí são perguntas que a gente faz meio que sem saber responder. Será que o Hamas vai continuar preservando a vida dos inocentes? Será que Israel já está de alguma maneira negociando secretamente com o Hamas para que esses reféns sejam libertados? Eu tenho poucas certezas nesse momento”, disse Michel Gherman, professor do núcleo de Estudos Judaicos da UFRJ.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA