EUA atualizam comando militar no Japão e fazem alerta sobre ameaças da China

O anúncio ocorreu após conversas sobre segurança em Tóquio entre o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o secretário de Defesa, Lloyd Austin, e seus respectivos colegas japoneses, Yoko Kamikawa e Minoru Kihara

Simon Lewis e Tim Kelly / Reuters

TÓQUIO (Reuters) - Os Estados Unidos anunciaram neste domingo planos para uma grande reformulação de seu comando militar no Japão de forma a aprofundar a coordenação com as forças de seus aliados, enquanto os dois países rotularam a China como o "maior desafio estratégico" que a região enfrenta.

O anúncio ocorreu após conversas sobre segurança em Tóquio entre o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o secretário de Defesa, Lloyd Austin, e seus respectivos colegas japoneses, Yoko Kamikawa e Minoru Kihara.

"Os Estados Unidos atualizarão suas forças no Japão para uma instalação de forças conjuntas com missões expandidas e responsabilidades operacionais", disse Austin aos repórteres após as chamadas negociações "2+2".

"Esta será a mudança mais significativa das forças dos EUA no Japão desde sua criação e uma das mais relevantes melhorias em nossos laços militares com o Japão em 70 anos."

Os ministros disseram em uma declaração conjunta que a nova estrutura de comando será implementada em paralelo com os planos de Tóquio de estabelecer um comando conjunto para suas forças até março de 2025.

A reforma está entre várias medidas tomadas para abordar o que os países disseram ser um "ambiente de segurança em evolução", observando várias ameaças da China enquanto superpotência.

A declaração criticou o que chamou de comportamento "provocativo" de Pequim nos Mares do Sul e Leste da China, os exercícios militares conjuntos com a Rússia e a rápida expansão de seu arsenal de armas nucleares.

A "política externa de Pequim busca remodelar a ordem internacional para seu próprio benefício às custas de outros", disseram os ministros em sua declaração.

"Tal comportamento é uma preocupação séria para a Aliança e toda a comunidade internacional e representa o maior desafio estratégico na região do Indo-Pacífico."

O Ministério das Relações Exteriores da China não respondeu até o momento a um pedido de comentário da Reuters.

Austin disse aos repórteres que a atualização do comando "não foi baseada em nenhuma ameaça da China", mas refletiu o desejo dos aliados de trabalhar mais próximos e com mais efetividade.

O Japão já fornece uma base para os EUA projetarem poder militar na Ásia, hospedando 54 mil soldados norte-americanos, centenas de aeronaves e o único grupo de ataque de porta-aviões de Washington.

Impulsionado pelo crescente poderio militar da China e pelos testes regulares de mísseis nucleares da Coreia do Norte, o Japão mudou drasticamente nos últimos anos de décadas de pacifismo pós-guerra. Em 2022, revelou um plano para dobrar os gastos com defesa para 2% do produto interno bruto.

O novo comando dos EUA no Japão será liderado por um general de três estrelas, disse um oficial dos EUA. No entanto, Austin disse que os EUA não descartam nomear um comandante de quatro estrelas para o Japão no futuro, como fizeram na vizinha Coreia do Sul.

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