EUA anunciam coalizão no Mar Vermelho para combater ataques dos houthis

Empresas que fazem transportes diários decidiram evitar os pontos de entrada e saída no Mar Verme

Gustavo Freitas – Especial para O Liberal
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Desde o início da guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, o Irã tem atuado através de seus aliados para abrir novas frentes no conflito. Nos primeiros dias, criou-se uma expectativa sob o Hezbollah, que iniciou uma escalada de ataques desde a sua fronteira no sul do Líbano com o exército israelense.

Havia um receio que os xiitas libaneses pudessem abrir uma nova frente ao norte de Israel, o que não se concretizou, mas ainda perduram confrontos fronteiriços que impediram o foco total de Israel na Faixa de Gaza. Agora, o risco maior vem dos Houthis, no Iêmen.

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Desde meados de outubro, o grupo rebelde realizou uma série de sequestros de navios e ataques com mísseis, alegando ser um ato de apoio ao Hamas em sua guerra contra Israel. Como parte da "frente de resistência" patrocinada pelo Irã, os Houthis nunca haviam desempenhado um papel ativo no conflito entre Israel e Palestina. No entanto, possuem um histórico de ataques a navios nas águas ao largo da costa do Iêmen, incluindo pelo menos 20 ataques tentados ou bem-sucedidos nos últimos seis anos.

"Os países que buscam defender o princípio fundamental da liberdade de navegação, devem se unir para abordar o desafio proposto por este ator não estatal", afirmou Lloyd Austin, secretário de Defesa dos Estados Unidos.

Nos últimos dias, os Houthis intensificaram seus ataques no Mar Vermelho. No incidente mais recente, no dia 3 de dezembro, mísseis balísticos disparados pelos rebeldes atingiram três embarcações comerciais, enquanto um navio de guerra dos EUA derrubou três drones em legítima defesa. No último dia 9, o porta-voz houthi afirmou que todos os navios com destino a Israel seriam alvos também. Um dia depois, um foguete houthi atingiu o petroleiro norueguês N/V Strinda, que o grupo afirmou estar transportando petróleo bruto para Israel.

"Esses ataques representam uma ameaça direta ao comércio internacional e à segurança marítima", declarou o Comando Central Militar dos Estados Unidos em um comunicado. "Eles colocaram em risco as vidas de tripulações internacionais representando diversos países ao redor do mundo."

Pontos de entrada e saída do Mar Vermelho são evitados

Por conta desses ataques, diversas empresas que fazem transportes diários decidiram evitar os pontos de entrada e saída no Mar Vermelho, principalmente o Estreito de Bab al Mandeb, por onde transita 40% do comércio mundial. A Mediterranean Shipping Company(MSC) e a dinamarquesa A.P Moller Maersk, duas das principais companhias de containers, suspenderam suas atividades na região. A Frontline, companhia de navio-petroleiro, só está aceitando negócios que passam pelo Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, uma rota mais longa e custosa. 

Para evitar uma escalada dos preços no comércio internacional, o Pentágono anunciou uma coalizão composta por 10 países para cessar os contínuos ataques dos Houthis. A Operação Guardião da Prosperidade é composta por EUA, Reino Unido, Bahrein, Canadá, França, Itália, Holanda, Noruega, Seychelles e Espanha. 

A ausência de países árabes na coalizão, especialmente do Egito e a Arábia Saudita, que está em guerra contra os Houthis desde 2014, é vista por analistas como sinal de enfraquecimento da coalizão na região. Apesar da pressão de Washington, os sauditas temem que uma eventual participação comprometa as tratativas do acordo de paz com o Iêmen, que vive a mais grave crise humanitária do planeta.

 

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