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EUA: 7 dos 50 estados norte-americanos serão decisivos na eleição do próximo presidente

Embora incomum, é possível que o eleito tenha menos votos que o adversário, como ocorreu em 2016, quando Donald Trump venceu as eleições, apesar de ter obtido 2.87 milhões de votos a menos que Hillary Clinton

Gustavo Freitas / Especial para O Liberal
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Nesta terça-feira (05.11), começa a apuração da eleição presidencial nos Estados Unidos, um longo processo que iniciou oficialmente em janeiro com as primárias partidárias e, após as convenções, a eleição geral. O ano eleitoral foi marcado por grandes acontecimentos, com a desistência de Joe Biden, a escolha de Kamala Harris como sucessora e dois atentados contra o ex-presidente Donald Trump.

A disputa entre Kamala e Trump acirrou as pesquisas e deu sobrevida ao partido Democrata, que não conseguiu sustentar a impopularidade e as consequências do avanço da idade de Joe Biden. Nos últimos quatro meses, Harris tem feito comícios em estados-chave com a ajuda de Barack Obama para tentar reconquistar eleitorados que pareciam decididos a votar em Donald Trump, mas apesar do crescimento, a candidata democrata não conseguiu se transformar em um fenômeno eleitoral como esperavam, e viu o republicano crescer nas últimas semanas de outubro.

Contagem de votos

Nos Estados Unidos, a eleição é indireta, ou seja, o voto do eleitor não vai diretamente no candidato escolhido. Quando o cidadão vai às urnas, ele seleciona seu candidato favorito na cédula, mas são os delegados que decidem o presidente de acordo com o que a maioria da população de cada estado escolher.

Cada estado possui um número de delegados definido de acordo com o censo populacional. Assim, estados mais populosos, como a Califórnia, têm mais delegados que estados menores, como Oklahoma. O candidato que recebe mais votos populares em um estado – mesmo que seja por apenas 1 voto de vantagem – conquista todos os votos dos delegados daquele estado. Esse sistema é conhecido como "winner takes all", ou "o vencedor leva tudo". Esse modelo é seguido em 48 dos 50 estados, com exceção do Maine e Nebraska.

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Ao todo, são 538 delegados espalhados por todo o país. Para vencer a eleição, é preciso conquistar a maioria simples de 270 delegados, o número mágico que os candidatos passam meses buscando a melhor alternativa para atingi-lo. O sistema do colégio eleitoral permite que postulantes ao cargo não busquem necessariamente ter a maior quantidade de votos populares, mas os estados certos para chegar à presidência.

Embora não seja comum, é possível ser eleito com menos votos que o adversário. Em 2016, Hillary Clinton obteve 2.87 milhões de votos a mais que Donald Trump, mas o republicano saiu vitorioso ao vencer no colégio eleitoral por 304 a 227 delegados. Em 2000, Al Gore teve 537 votos a mais que George W. Bush, mas perdeu pelo apertado placar de 271 a 266. Antes de Trump e Bush, a última vez que o vencedor da eleição perdeu no voto popular, havia sido em 1888.

Estados decisivos

image Estados decisivos têm disputa apertada (Infografia: O Liberal)

Tradicionalmente, a eleição é definida nos swing states, ou "estados-pêndulo", que são estados onde o apoio dos eleitores oscila entre os partidos em diferentes eleições. Nesses estados, o resultado eleitoral é incerto, o que significa que tanto o candidato republicano quanto a democrata têm chances reais de vitória. Devido a essa variabilidade, esses estados recebem atenção especial durante as campanhas, com candidatos investindo mais tempo e recursos para conquistar os eleitores locais, já que o resultado neles define o desfecho das eleições nacionais.

Os estados-pêndulo se destacam especialmente no sistema eleitoral americano devido ao colégio eleitoral, onde cada estado tem um número fixo de delegados . Como alguns estados possuem um histórico de votar consistentemente em um partido específico – por exemplo, Califórnia para os democratas e Texas para os republicanos –, os candidatos focam nos estados onde essa vitória não é garantida.

Esses estados, portanto, representam o poder dos eleitores indecisos na política americana e refletem a importância de temas locais e demográficos específicos. As campanhas presidenciais geralmente são moldadas para atrair eleitores desses locais, abordando questões diretamente relacionadas às suas necessidades e preocupações. Dessa forma, os swing states se tornaram protagonistas na corrida presidencial, com um poder significativo de influência sobre quem assume a Casa Branca.

Em 2024, a disputa pela presidência está restrita a sete estados: Nevada, Arizona, Geórgia, Carolina do Norte, Pensilvânia, Michigan e Wisconsin. O alvo principal é a Pensilvânia, responsável por 19 delegados, levando Trump e Kamala a visitar exaustivamente os condados rurais e urbanos do estado com apoio de artistas e nomes de peso na sociedade norte-americana.

Neste ano, se a eleição for decidida por poucos votos de diferença, o resultado poderá demorar alguns dias para ser oficializado, como foi em 2020 quando Joe Biden foi declarado vencedor apenas no sábado, quatro dias após a votação. Os primeiros resultados nos estados-pêndulos começam a ser divulgados a partir das 20h(horário de Brasília) com as urnas do estado da Geórgia.

Média agregada de pesquisas feitas até o dia 31/10 nos ‘estados-pêndulo’

Arizona - Donald Trump 49.3% x 46.9% Kamala Harris

Nevada - Donald Trump 48.5% x 47.6% Kamala Harris

Wisconsin - Donald Trump 48.1% x 48.3% Kamala Harris

Michigan - Donald Trump 47.5% x 48.0% Kamala Harris

Pensilvânia - Donald Trump 48.2% x 47.5% Kamala Harris

Carolina do Norte - Donald Trump 48.7% x 47.3% Kamala Harris

Geórgia - Donald Trump 49.3% x 46.7% Kamala Harris

*Fonte: Real Clear Politics

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