Estudante iraniana é presa por tirar a roupa em protesto contra código de vestimenta

A entidade afirma que ela foi presa, de forma violenta, após tirar a roupa no protesto contra a aplicação abusiva da lei que obriga o uso do véu por parte dos agentes da Universidade.

Estadão Conteúdo

Uma estudante iraniana foi presa depois de aparecer em frente à universidade usando apenas roupas íntimas em protesto contra o código de vestimenta do Irã, que obriga o uso do hijab. Segundo relatos, ela teria sido assediada pelas forças de segurança da Universidade Islâmica Azad de Teerã por não usar o véu, o que motivou a manifestação.

A Anistia Internacional no Irã pediu a liberação imediata da estudante, detida no sábado, 2. A entidade afirma que ela foi presa, de forma violenta, depois de tirar a roupa no protesto contra a aplicação abusiva da lei que obriga o uso do véu por parte dos agentes da Universidade.

“Enquanto aguarda sua libertação, as autoridades devem protegê-la contra tortura e outros maus-tratos e garantir o acesso à família e a um advogado. As alegações de espancamento e violência sexual contra ela durante a prisão precisam de investigações independentes e imparciais. Os responsáveis devem ser responsabilizados”, cobrou a Anistia Internacional.

VEJA MAIS

image Ativistas judeus são presos durante protesto contra guerra em Gaza em prédio do Congresso dos EUA
Protesto aconteceu um dia antes de o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fazer um discurso no Congresso

image Cerca de 20.000 pessoas protestam contra turismo de massa na ilha de Mallorca, Espanha
Entre os lemas dos manifestantes, um lembrava que a população de Mallorca é de 1.232.014 habitantes e que a ilha recebe 18 milhões de turistas

image Estudantes estão determinados a seguir com protestos em Bangladesh
O Supremo Tribunal de Bangladesh flexibilizou o sistema que permitia a certos setores um acesso mais fácil ao emprego público, embora não tenha anulado a norma

Os estudantes da universidade relataram em aplicativos de mensagens que a estudante foi assediada e teve as roupas rasgadas pelas forças de segurança da universidade por não usar o véu. Depois do protesto, ela teria sido agredida fisicamente e presa.

O diretor de Relações Públicas da universidade, Amir Mahjoub, negou que tenha havido confronto com os seguranças da instituição e alega que a jovem teria transtornos mentais. Ele confirma, no entanto, que ela foi entregue à polícia.

Na mesma linha, a agência estatal Fars, ligada ao regime iraniano, disse que os seguranças falaram “calmamente” com a estudante, que teria se despido após receber a orientação para obedecer ao código de vestimenta, e negou que ela tivesse sido agredida.

A relatora especial da ONU no Irã, Mai Sato, disse que vai monitorar o caso e a resposta das autoridades iranianas de perto.

Nas redes sociais, o protesto foi celebrado como ato de coragem diante da repressão do regime em mensagens a estudante. A ganhadora do prêmio Nobel da paz, Narges Mohammadi, pediu a liberação da estudante e o fim da repressão contra as mulheres iranianas em declaração da prisão, de acordo com o Iran International. A ativista está presa há três anos por se opor ao uso do véu e lutar contra a opressão do regime.

A repressão às mulheres no Irã se intensificou após a onda de protestos que atingiu o país, em revolta contra a morte da estudante Mahsa Amini em setembro de 2022. Ela estava sob a custódia da polícia da moral do Irã por uso incorreto do véu e virou símbolo da opressão da teocracia iraniana.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Mundo
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM MUNDO

MAIS LIDAS EM MUNDO