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Esqueleto de mulher que morreu há 1,5 mil anos é encontrado acorrentado

Especialistas se surpreenderam com a forma como a mulher foi enterrada; saiba mais

Rafael Lédo

Durante as escavações no monastério Bizantino de Khirbat el-Masani, próximo de Jerusalém, em Israel, arqueólogos israelenses encontraram um túmulo raro do século cinco, em que uma mulher estava enterrada com correntes pesadas de metal.

Os especialistas se surpreenderam pelo fato da mulher estar acorrentada, já que essa punição era comum para alguns homens da época.

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Descoberta a partir de testes

Logo quando descobriram o esqueleto, os arqueólogos acreditavam que se tratava de um homem entre 30 e 60 anos, pois a partir do ano de 380 da Era Comum, em que o cristianismo se tornou religião oficial do Império Romano, alguns monastérios foram criados e os monges utilizavam correntes ao redor do corpo. Além disso, era comum eles se absterem dos prazeres carnais por um propósito espiritual.

Apesar disso, alguns testes científicos foram realizados no esqueleto para ter mais precisão de quem se tratava. Assim, os especialistas realizam um estudo a partir do esmalte dentário da descoberta e não encontraram o gene AMELY, presente no cromossomo Y, mas sim o gene AMELX, típico do cromossomo X. Desta forma, se trata de uma pessoa biologicamente do sexo feminino.

Os pesquisadores destacaram no estudo publicado na edição de abril do Journal of Archaeological Science: Reports a diferença entre o sexo biológico e a preferência de gênero por conta da surpresa: "É importante notar que nossos resultados mostram apenas identificação biológica do sexo e não preferência de gênero".

O que são ascetas?

Ascetas são pessoas que adotam um estilo de vida de austeridade e disciplina rigorosa, muitas vezes marcado pela renúncia aos prazeres mundanos e ao conforto material. Essa prática, conhecida como ascetismo, busca o aprimoramento espiritual, o autoconhecimento e a purificação interior. Em diversas tradições religiosas, como o cristianismo, o budismo e o hinduísmo, os ascetas se dedicam a práticas que podem incluir jejuns, meditação, orações prolongadas e outras formas de autoimposição, para transcender as limitações do mundo material e atingir um estado mais elevado de consciência e espiritualidade.

Na época em que a pessoa do esqueleto viveu, existiam mulheres ascetas, mas não tinham um estilo de vida semelhante ao dos homens. O uso de correntes não era normal para mulheres, o que indica o nível de devoção extrema de fé por parte dela. Os especialistas acreditam que o enterro da pessoa 1,5 mil anos atrás é um sinal da dedicação à vida espiritual e que os desejos delas foram respeitados mesmo após a morte.

(Escrito por Rafael Lédo, estagiário de Jornalismo, sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de Oliberal.com)

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