Escola da ONU que abriga civis em Gaza é alvo de bombardeio
O prédio abriga refugiados palestinos em Jabalia; pelo menos 15 pessoas foram mortas e dezenas fiaram feridas
Uma escola administrada pela Organização das Nações Unidas (ONU) no norte da Faixa de Gaza que servia de abrigo para civis foi atingida por um ataque neste sábado (4). O ataque foi atribuído por palestinos às Forças de Defesa de Israel (IDF).
Segundo informações de um representante do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo radical islâmico Hamas, pelo menos 15 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas no ataque. No entanto, o número exato de vítimas ainda não foi confirmado pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA). A representante da UNRWA, Juliette Toume, informou que entre os mortos e feridos, há crianças.
O ataque atingiu o pátio da escola, onde havia tendas para famílias desabrigadas, e também uma área dentro da escola onde mulheres estavam assando pão. Atualmente, cerca de 16 mil civis estavam abrigados no edifício.
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A escola Al-Fakhoura está localizada em Jabalia, o maior assentamento de refugiados na Faixa de Gaza, que já havia sido alvo de diversos outros bombardeios nas semanas anteriores. Segundo autoridades em Gaza, esses bombardeios teriam resultado na morte de pelo menos 195 pessoas.
A UNRWA afirmou que mais de 50 de suas instalações na Faixa de Gaza, para as quais civis buscaram refúgio, foram afetadas pelo conflito, com cinco delas sendo diretamente bombardeadas, resultando em 38 mortes. Isso tornou a manutenção da segurança dos civis ainda mais desafiadora.
O conflito em Gaza já dura 29 dias, tendo sido desencadeado quando membros do Hamas invadiram Israel, resultando em mortes e sequestros. Desde então, Gaza tem sido alvo de bombardeios intensos, enquanto o Hamas é acusado de usar civis como escudos humanos e lançar foguetes em direção a Israel. Além disso, Israel enfrentou ataques vindos da Síria e do Líbano.
Organizações de ajuda humanitária descrevem a situação na Faixa de Gaza como "catastrófica" e argumentam que a assistência aos civis está longe de atender às necessidades. Por sua vez, o governo israelense alega que a ajuda humanitária destinada aos civis está sendo desviada para o Hamas.
Também no sul da Faixa de Gaza, houve bombardeios, incluindo um ataque ocorrido neste sábado, em Khan Younis. Entre 350 mil e 400 mil civis continuam no norte de Gaza, enquanto Israel reitera a necessidade de evacuação
As Forças de Defesa de Israel (IDF) haviam apelado anteriormente para que os civis deixassem o norte de Gaza, que tem sido o principal alvo dos bombardeios e agora está cercado por tropas terrestres. No entanto, muitos moradores permanecem na região, alegando não ter um local seguro para se abrigar.
De acordo com o enviado especial do governo dos Estados Unidos para assuntos humanitários no Oriente Médio, David Satterfield, entre 350 mil e 400 mil pessoas ainda estão no norte de Gaza, enquanto cerca de 800 mil a 1 milhão de pessoas teriam se deslocado para o sul.
As autoridades de inteligência israelenses alegam que o Hamas tem sabotado os esforços de evacuação, tornando a situação ainda mais complexa. A IDF anunciou que permitirá a saída de civis do norte em direção ao sul pela estrada principal do território palestino, a Salah al-Din, durante a tarde do próximo sábado, em uma janela de três horas. Porém, alguns moradores temem a travessia e a segurança durante a evacuação.
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