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Eleições nos EUA: Kamala e Trump participam de primeiro debate presidencial na Filadélfia

Candidatos encararam o desafio de conquistar os eleitores considerados 'moderados', reveja os pontos defendidos por cada um

Camila Azevedo

Kamala Harris e Donald Trump se enfrentaram no National Constitution Center, na Filadélfia, Pensilvânia, durante o primeiro e decisivo debate presidencial dos Estados Unidos, nesta terça-feira (10/09). O encontro foi o único até as votações, que ocorrem em novembro deste ano, e foi marcado por acusações entre os candidatos e explicações sobre atitudes que ambos tiveram no governo.

O momento era aguardado pela campanha de Kamala e Trump, assim como pela população norte-americana. O desafio deles era encontrar um tom moderado para usar durante o debate e unir junto ao entusiasmo que acompanha seus apoiadores liberais e conservadores, respectivamente. Uma pesquisa da CNN revelou que 15% dos eleitores nos estados-pêndulo estão indecisos. Esses eleitores são, por definição, moderados. 

Do lado de Trump, a equipe foi com o objetivo de passar a impressão de que Kamala é a responsável pelos pontos negativos do governo de Biden, como os preços encontrados nos supermercados, as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio, além da questão dos imigrantes que cruzam a fronteira sem documentação. Esses temas foram bastante abordados pelo ex-presidente ao longo do debate.

Já a democrata foi com a proposta de lembrar aos eleitores como os Estados Unidos estavam quando Trump entregou o poder aos atuais governantes. Kamala também pretende culpar o republicano por pressionar seus aliados a matar a legislação que tinha como objetivo melhorar o sistema de imigração e fortalecer a segurança da fronteira. Ela foi enfática ao defender os feitos realizados por Biden

“Economia de oportunidades”

A primeira pergunta dos apresentadores foi sobre a economia dos Estados Unidos e as propostas que os candidatos têm para o tema. Kamala foi enfática ao defender que vai criar, se eleita, a chamada “Economia de oportunidades”, uma alternativa para desafogar os déficits encontrados no país. “Porque nós sabemos que temos uma falta de habitação e o custo está muito alto para muitas pessoas. Sabemos que famílias jovens precisam de apoio para criar seus filhos”, disse a atual vice-presidente norte-americana.

Já Trump rebateu dizendo que o governo Biden-Harris deixou os Estados Unidos em um péssimo estado econômico, com a inflação no alto. “Provavelmente a pior. Temos até 80% de aumento em alguns produtos”, pontuou o republicano. Ele também alegou que a falta de empregos vista no país é de responsabilidade da política imigracionista adotada no atual mandato presidencial. “Vocês estão vendo que está acontecendo atrocidades em todos os estados do país”, disse.

“Acabar com a imigração é a melhor coisa que a gente pode fazer com a nossa economia. Ela e ele [Kamala e Biden] acabaram com a nossa política e devem odiar o nosso país”, destacou Trump.

Aborto é tema sensível durante debate presidencial norte-americano

O segundo tema abordado durante o encontro foi o aborto, assunto sensível em ambos os lados.

Trump começou a responder afirmando que o vice-presidente escolhido para a chapa de Kamala, Tim Walz, é a favor do aborto até o nono mês de vida do bebê. “O vice dela acha que está tudo bem [com a legalização]. Comigo, não tá tudo bem”, disse o ex-presidente e candidato. 

Em contrapartida, Kamala Harris rebateu dizendo que Trump conta “um monte de mentiras”. “O que não é surpresa. Trump escolheu três membros da Suprema Corte com a intenção de tirar a jurisprudência do aborto. Em mais de 20 estados, o aborto é banido, tornando um médico, ou enfermeiro, criminoso se fizer”, explica. 

A mediadora do debate, Linsey Davis, citou uma declaração do vice escolhido para acompanhar Trump na corrida presidencial, J. D. Vance, em que ele afirma que o aborto seria vetado nos Estados Unidos. Trump recuou da afirmação e ressaltou que ninguém pode falar por ele.

“Não tenho nada a ver com o que aconteceu”, diz Trump sobre invasão ao Capitólio

A invasão ao Capitólio, ocorrida em 06 de janeiro de 2021, foi tema durante o debate presidencial dos Estados Unidos desta terça-feira (10). Donald Trump afirmou que não teve nada a ver com o evento e culpou o governo de Washington, D.C. pela falta de segurança que ocasionou o momento.

“Me pediram para fazer um discurso e eu fiz”, disse o candidato republicano. 

Kamala voltou a rebater Trump. Na época, ela já era vice-presidente eleita e senadora. “Naquele dia, o presidente [Trump] incitou a atacar o Capitólio, a tirar todo esse aspecto sagrado”, afirmou.

“Não é preciso voltar tanto, não vamos retroceder, é hora de virar a página, porque há um lugar na nossa campanha pra vocês, para proteger e ficar junto com esse país pela democracia e acabar com esse caos”, pontuou Kamala.

Em seguida, Trump se defendeu e citou energia para justificar o que falou sobre “banho de sangue” caso ele perca as eleições. “É uma questão de energia. Eles [Biden e Kamala] destruíram a nossa energia, por isso falei sobre banho de sangue”.

Os mediadores do debate cobraram respostas mais direcionadas do candidato republicano e ele rebateu criticando, novamente, a questão imigracionista nos Estados Unidos.

Trump volta a afirmar que não perdeu as eleições

O ex-presidente norte-americano e candidato republicano para o cargo, Donald Trump, voltou a afirmar que não perdeu as eleições de 2020. 

Segundo o republicano, ele foi injustiçado pelo resultado, não tendo a possibilidade de ter perdido o pleito. 

“Eu disse isso?”, Trump diz quando é questionado sobre seu comentário feito uma entrevista recente com Lex Friedman de que ele havia perdido “por um triz”.

“Isso foi dito sarcasticamente”, ele diz. “Eu não reconheço isso de forma alguma.”

Em contrapartida, Kamala defendeu o sistema eleitoral norte-americano.

Guerra de Israel

A guerra que acontece entre o Hamas e Israel também foi tema durante o debate presidencial. Trump afirmou que acabaria com o conflito em 24h, antes mesmo de tomar posse como novo presidente, caso vença. 

“Se eu fosse presidente essa guerra jamais teria começado”, disse.

Kamala defendeu Israel, dizendo que o autodeclarado Estado tem direito a uma contrapartida contra quem o atacar.

Afeganistão

A retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão durante o governo Biden-Harris foi citado durante o debate. Kamala se esquivou de uma pergunta sobre se ela era responsável por como ocorreu a situação, dizendo, em vez disso: “Bem, eu vou te dizer que concordo com a decisão do presidente Biden de se retirar do Afeganistão. Quatro presidentes disseram que fariam isso, e Joe Biden fez.”

A retirada caótica dos EUA em agosto de 2021 levou à morte de 13 militares americanos nos últimos dias da guerra, com cidadãos se agarrando desesperadamente aos C-17s na tentativa de fugir e, logo após a saída dos últimos americanos, o retorno do Talibã e uma crise humanitária devastadora.

Em vez de discutir os eventos que levaram à saída dos EUA em agosto de 2021, Harris girou em direção ao acordo entre a administração Trump e o Talibã, que pedia a retirada dos EUA do Afeganistão. Trump observou que bilhões de dólares em equipamentos militares dos EUA foram deixados para trás e agora estão nas mãos do Talibã.

“Putin atacou a Ucrânia porque viu que ela e o chefe dela foram incompetentes no Afeganistão”, disse Trump.

Donald Trump fala sobre a maneira como ameaçou o líder do Talibã durante o debate presidencial

 "O Talibã estava matando nossos soldados -- eu disse a Abdul, o líder do Talibã, não faça mais isso. Você vai ter problemas. E ele disse 'por que você me mandou uma foto da minha casa'. Eu disse 'você vai ter que descobrir isso'. E por 18 meses, não tivemos ninguém morto".

Declarações finais tem mais alfinetadas entre os candidatos

Ao final do debate, que durou pouco mais de 01h45min, os candidatos trocaram mais farpas. Kamala abriu o bloco final dizendo que optar por Trump nas eleições é um retrocesso. “Eu quero ser presidente para todos os americanos, focada naquilo que a gente pode fazer para o povo”, declarou.

O republicano, por sua vez, voltou a citar e criticar a forma como a questão imigracionista foi tratada durante o governo atual. “Tiveram três anos e porque não foi feito [alguma coisa]?. Estamos sendo motivo de chacota no mundo todo, não temos um líder, não sabemos o que está acontecendo, existem guerras, vamos entrar na 3ª guerra mundial”, disse.

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