Duelo de prioridades entre Trump e Kamala no Texas
Os candidatos estão empatados com 48% das intenções de voto a 11 dias do pleito
Kamala Harris faz, nesta sexta-feira (25), um comício a favor do direito ao aborto com a cantora Beyoncé e Donald Trump abordará seu tema favorito, a imigração, no podcast mais ouvido do país, sem que as pesquisas se movam a favor de nenhum dos candidatos às eleições presidenciais.
Eles estão empatados com 48% das intenções de voto a 11 dias do pleito, segundo a última pesquisa do The New York Times/Siena College.
O país está muito polarizado. O último ator a surpreender foi o jornal The Washington Post, ao anunciar que não apoiará nenhum dos candidatos.
O Texas, um estado do sul governado pelos republicanos, é uma parada pouco ortodoxa para os candidatos, que devem se concentrar exclusivamente nos sete estados-pêndulos que provavelmente decidirão o resultado.
Mas tanto a vice-presidente democrata como seu rival, o ex-presidente republicano, decidiram dar fôlego às suas campanhas lembrando o que os separa.
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Os democratas apostam em um espetáculo estelar, que também contará com a lenda do country Willie Nelson, para abordar os direitos reprodutivos em um estado conservador que proibiu estritamente o aborto.
Trump, de 78 aos, se vangloria que a indicação de três juízes conservadores para a Suprema Corte durante seu mandato contribuiu para anular em 2022 o direito federal à interrupção da gravidez.
A mensagem de Harris, de 60 anos, é clara: Trump é uma ameaça para a liberdade dos americanos.
A democrata começou sua campanha incutindo otimismo e alegria nos eleitores para “virar a página”, mas, diante das pesquisas de opinião que não mudam, ela se tornou mais sombria, alertando os americanos de que Trump é “um fascista” que quer “poder sem controle” e beneficiar seus amigos milionários com cortes de impostos.
O mundo do espetáculo escolheu seu lado. Muitos artistas como Taylor Swift, Lizzo, Stevie Wonder, Bruce Springsteen, Eminen e Usher pedem voto para ela.
A parada no Texas tem outro objetivo. As eleições não apenas entregarão as chaves da Casa Branca, mas também são uma batalha pelo controle do Congresso.
O Texas é um dos poucos estados que podem permitir aos democratas conquistarem um assento no Senado se Colin Allred conseguir desbancar o famoso senador republicano Ted Cruz.
Retórica anti-migratória
Trump, contudo, radicaliza sua retórica anti-migratória.
Na quinta, disse no Arizona que os Estados Unidos são "um aterro, uma lata de lixo para o mundo" devido à quantidade de migrantes que chegam, segundo ele, em consequência das políticas de Harris.
Em 2016, o magnata ganhou as eleições contra Hillary Clinton com uma campanha centrada na promessa de reduzir drasticamente a migração. Naquele momento, isso funcionou e ele acredita que voltará a dar resultado. Por isso, usa as mesmas armas.
Na quinta-feira, ele também leu a letra de uma música dos anos 60 sobre um réptil que recompensa a mulher que o ajudou com uma mordida venenosa.
Não fazia isso há tempos. Anos atrás a usava como metáfora sobre a migração, o que equivale a comparar os migrantes a serpentes traiçoeiras.
Nesta sexta, gravará um podcast em Austin com Joe Rogan, um apresentador muito popular entre os homens, uma parte da população relutante em apoiar Harris.
Terminará seu dia em um comício no Michigan, que ao lado da Pensilvânia, Wisconsin, Carolina do Norte, Arizona, Nevada e Geórgia, é um dos estados-pêndulo - que não votam em um partido, mas sim dependendo do candidato.
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