Defesa Civil de Gaza acusa Israel de atacar zona humanitária e provocar 40 mortes

Bombardeio atingiu o campo de Al Mawasi, em Khan Yunis, a maior cidade do sul da Faixa de Gaza

Agence France-Presse (AFP)
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A Defesa Civil de Gaza informou nesta terça-feira (10) que um bombardeio matou 40 pessoas em uma zona humanitária no sul do território palestinos, onde o Exército de Israel afirmou que atacou um centro de comando do Hamas.

O bombardeio atingiu o campo de Al Mawasi, em Khan Yunis, a maior cidade do sul da Faixa de Gaza, que havia sido designado como uma zona segura por Israel no início da guerra e para onde fugiram dezenas de milhares de palestinos.

O Exército israelense, no entanto, efetua operações ocasionalmente na área. Em julho, por exemplo, anunciou que um bombardeio no local matou o líder militar do Hamas, Mohamed Deif. As autoridades de Gaza afirmam que o ataque matou mais de 90 pessoas.

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Mohamed al-Mughair, um funcionário da Defesa Civil de Gaza, disse à AFP que "40 mortos e 60 feridos foram recuperados e transferidos" para hospitais próximo após o bombardeio noturno israelense desta terça-feira.

"Nossas equipes ainda estão trabalhando para encontrar 15 pessoas desaparecidas como resultado do ataque nas tendas de deslocados em Mawasi, em Khan Yunis", afirmou.

Em um comunicado separado, o porta-voz da Defesa Civil, Mahmud Basal, indicou que as pessoas refugiadas no campo não foram alertadas sobre o ataque e explicou que a escassez de ferramentas e equipamentos prejudica as operações de resgate.

"De 20 a 40 tendas foram completamente danificadas", afirmou Basal. Ele destacou que o bombardeio deixou grandes crateras na área.

"Famílias inteiras desapareceram no massacre de Mawasi, em Khan Yunis", acrescentou.

O Exército israelense, em comunicado, afirmou que suas forças aéreas "atacaram terroristas significativos do Hamas que operavam um centro de comando e controle localizado dentro da zona humanitária de Khan Yunis".

"As organizações terroristas na Faixa de Gaza continuam abusando sistematicamente da infraestrutura civil e humanitária, incluindo a área designada como zona humanitária, para realizar atividades terroristas contra o Estado de Israel", completa a nota.

O movimento islamista palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza, classificou como "mentira descarada" a afirmação de que seus combatentes estivessem presentes em Al Mawasi.

Desde o início da guerra, Israel acusa o Hamas de utilizar os civis como escudos humanos, mas o grupo nega.

Uma área densamente povoada

O conflito em Gaza começou em 7 de outubro, quando um ataque de combatentes do Hamas em Israel deixou 1.205 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses.

Além disso, os milicianos islamistas sequestraram 251 pessoas, das quais 97 continuam em cativeiro em Gaza e 33 morreram, segundo o Exército israelense.

A ofensiva militar de Israel matou pelo menos 40.988 pessoas na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde do território controlado pelo Hamas. 

A ONU afirma que a maioria das vítimas são mulheres e crianças. Além disso, a organização informa que a grande maioria dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados de suas casas pelo menos uma vez durante a guerra.

A área de Al Mawasi, que tinha uma densidade populacional de 1.200 habitantes por quilômetro quadrado antes da guerra, atingiu agora "entre 30.000 e 40.000 pessoas por quilômetro quadrado", enquanto a parte supostamente segura foi reduzida de 50 para 41 km2, segundo a ONU.

Estados Unidos, Catar e Egito, os países mediadores, tentam há vários meses negociar um acordo de trégua e troca de presos palestinos por reféns israelenses, mas as conversações estão paralisadas.

O Hamas exige a saída completa das tropas israelenses de Gaza, mas Israel insiste em manter o controle de um corredor na fronteira entre o território palestino e o Egito.

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