Chile recebe chefes de Estado e faz minuto de silêncio pelos 50 anos do golpe militar

Evento também contou com testemunhos de vítimas e da senadora Isabel Allende, filha do ex-presidente Salvador Allende

O Liberal
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Uma cerimônia realizada no Chile para marcar os 50 anos do golpe militar e homenagear Salvador Allende reuniu líderes latino-americanos, figuras icônicas dos direitos humanos e uma delegação de ex-exilados brasileiros que buscaram refúgio durante a ditadura brasileira (1964-1985).

Isabel Allende, senadora e filha do falecido ex-presidente Salvador Allende, compartilhou histórias e destacou a importância de nunca justificar o fim da democracia e os abusos aos direitos humanos. Emocionada, ela chorou diante do público ao se pronunciar.

O presidente Gabriel Boric ressaltou a necessidade de cuidar do bem-estar da população, do ambiente e dos direitos das mulheres como parte fundamental da democracia. E exortou as gerações mais jovens a manterem viva a memória desse período, enfatizando que a conciliação em um país dividido só pode ser alcançada por meio do diálogo e da democracia.

Brasileiro deixa flores na porta do Palácio de la Moneda

José Espina, ex-exilado brasileiro que passou cinco anos preso no Chile e duas décadas nos Estados Unidos, prestou homenagem a Salvador Allende depositando flores na porta do Palácio de la Moneda. Ele expressou a profunda gratidão que sentia por Allende e a tristeza que viveu durante seu exílio.

Líderes de países como Colômbia, México, Uruguai e Bolívia também estiveram presentes, assim como ex-mandatários de várias nações, incluindo Felipe González (Espanha), Juan Manuel Santos (Colômbia) e José Mujica (Uruguai). Representantes de diversos países compareceram ao evento, incluindo o Brasil, representado pelos ministros Flavio Dino (Justiça) e Silvio Almeida (Direitos Humanos).

Enquanto o presidente Boric discursava, grupos de ex-prisioneiros de diferentes centros de tortura passavam ao lado do Palácio de La Moneda, carregando fotos de companheiros que perderam a vida durante aquele período sombrio.

A oposição, por sua vez, manteve uma postura cautelosa, com a maioria de seus membros não comparecendo ao evento e recusando-se a assinar um documento de compromisso com a defesa da democracia e a condenação dos abusos aos direitos humanos. O principal partido de direita, a UDI, emitiu um comunicado repudiando os atos de violência de Estado, mas argumentou que o golpe foi inevitável diante da deterioração da situação social e econômica.

Na noite anterior à cerimônia, o Palácio de La Moneda foi cercado por mulheres vestidas de preto, que acenderam velas em memória das vítimas. Manifestantes antigoverno tentaram atacar a chamada porta de Allende, mas foram dispersados pela polícia chilena, que usou gás lacrimogêneo para controlar a situação.

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