Brasileira é procurada pelo FBI sob suspeita de aplicar golpes de R$ 3,4 milhões nos EUA
Patrícia Lélis, de 29 anos, é acusada de se passar por advogada e falsificar vistos para permanência em solo norte-americano
A brasileira Patrícia Lélis, de 29 anos, está na lista de foragidos do FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, por aplicar golpes milionários no país. Ela é acusada de se passar por advogada, falsificar documentos e embolsar US$ 700 mil (cerca de R$ 3,4 milhões) de seus clientes. Se condenada, a pena pode chegar a duas décadas.
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Os crimes teriam ocorrido a partir de 2021. Segundo a acusação, Patrícia teria oferecido serviços a imigrantes em busca de green cards, o visto necessário para permanecer em solo estadunidense. A acusação diz, também, que ao receber o pagamento de US$ 135 mil (aproximadamente R$ 657 mil), ela entregava certificados com numerações inventadas.
De acordo com a Justiça americana, Patrícia Lélis não possui autorização para advogar no país. O dinheiro arrecadado pela suspeita teria sido usado na reforma de sua residência em Arlington, no Texas.
Defesa
Nas redes sociais, Patrícia disse ter sido vítima de uma armação e já ter deixado o território dos Estados Unidos. "Sim, o FBI no USA [EUA] está me 'procurando'. Mas já sabem exatamente onde estou como exilada política. Foram meses de perseguições e falsas acusações", declarou. As autoridades, porém, negam saber o paradeiro dela.
"Meu suposto crime: não aceitei que me fizessem de bode expiatório contra aqueles que considero como meus irmãos por cultura e principalmente por lado político e sim, 'roubei' todas as provas que pude para mostrar o meu lado da história e garantir minha segurança", continuou a brasileira.
Envolvimento com política
Patrícia Lélis ficou conhecida em 2016 após denunciar o pastor e então deputado Marco Feliciano (PL-SP) por "crimes de estupro, lesões corporais, sequestro, cárcere privado, ameaça e corrupção de testemunha". O inquérito foi arquivado dois anos depois. Depois, ela se tornou ré em São Paulo por suposta tentativa de extorsão contra um chefe de gabinete de Feliciano, que chegou a ser detido.
Em outra denúncia, que foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), Lélis também acusou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de tê-la ameaçado. Ela militou no Partido Social Cristão (PSC), sigla à qual o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro pertenceu de 2014 a 2018.
Ela partiu para o Texas após o caso, alegando insegurança no Brasil.
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