Ativista iraniana vence o Prêmio Nobel da Paz por luta pelos direitos das mulheres
Narges Mohammadi está presa e foi condenada a mais de 30 anos de prisão e 154 chibatadas por liderar movimento contra a opressão do atual regime no Irã
O Prêmio Nobel da Paz 2023 vai para a ativista iraniana Narges Mohammadi, que 51 anos, que liderou a luta histórica de mulheres no Irã contra a opressão do atual regime do país. Os movimentos pelos direitos das mulheres ganharam força após a morte, em setembro de 2022, da jovem Mahsa Amini, presa pela polícia da moralidade por "uso incorreto" do véu islâmico obrigatório no país.
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Por sua luta contra a opressão, Narges Mohammadi foi presa e acabou condenada a 30 anos de prisão e 154 chibatadas. O nome dela como vencedora do Nobel da Paz foi anunciado nessa sexta-feira (6). Atualmente, a ativista não pode receber visitas.
A vencedora já tinha um histórico de luta em defesa das mulheres e da abolição da pena de morte no Irã e foi presa seis vezes. Ela é vice-diretora do Centro de Defensores dos Direitos Humanos do Irã, organização não governamental liderada pela ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 2003, Shirin Ebadi.
Com a decisão, a iraniana se torna a 19ª mulher vencedora do Nobel da Paz, que tem 122 anos de existência. A agência estatal de notícias iraniana Fars noticiou que "o Ocidente escolheu premiar a prisioneira Narges Mohammadi por suas ações contra o serviço de segurança nacional do Irã". Já o governo iraniano, até o momento, não se manifestou sobre a escolha.
O marido de Mohammadi afirmou que o prêmio vai encorajar a luta dela pelos direitos humanos. "Este é um prêmio para o movimento pelas mulheres, pela vida e pela liberdade".
Além do reconhecimento, Mohammadi ganhará o valor de 11 milhões de coroas suecas.
O Prêmio Nobel será entregue em Oslo no dia 10 de dezembro, aniversário da morte do industrial sueco Alfred Nobel, que fundou os prémios no seu testamento de 1895.
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