Ataques contra templos religiosos deixam ao menos 9 mortos no Cáucaso russo
Homens armados invadiram igrejas e uma sinagoga na república do Daguestão
Homens armados atacaram, neste domingo (2/6), igrejas ortodoxas e pelo menos uma sinagoga na República do Daguestão, no Cáucaso russo, onde mataram nove pessoas, incluindo um sacerdote e agentes da Polícia, informaram autoridades locais.
O Comitê de Investigação da Rússia declarou ter aberto uma ação penal por "atos terroristas", sem informar as motivações ou as identidades dos autores dos ataques.
Os fatos ocorreram em Mahackala, capital do Daguestão, uma república russa de maioria muçulmana do Cáucaso, fronteiriça com a Chechênia.
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O líder do Daguestão, Sergei Malikov, declarou, na noite deste domingo, que "pessoas não identificadas tentaram desestabilizar a sociedade". "Sabemos quem está por trás destes atentados terroristas e qual objetivo perseguem", acrescentou Malikov, sem esclarecer quais eram os alvos dos ataques.
O Comitê de Investigação Antiterrorista informou, por meio de nota à agência de notícias RIA Novosti, que foram registrados ataques nas cidades de Derbent e Mahackala contra duas igrejas ortodoxas, uma sinagoga e um posto de controle policial.
"Segundo as informações preliminares, um sacerdote e vários policiais morreram", informou a entidade a cargo da investigação. "No total, em Mahackala e Derbent, segundo as últimas informações, seis agentes de segurança morreram e 12 ficaram feridos", disse à RIA Novosti a porta-voz do Ministério do Interior regional do Daguestão, Gayana Gariyeva.
Sacerdotes e policiais mortos
Gariyeva informou à agência de notícias que um sacerdote de 66 anos morreu em Derbent e que um policial local que havia ficado ferido faleceu posteriormente. A Guarda Nacional russa declarou, por sua vez, que um de seus agentes havia morrido em Derbent e outros ficaram feridos.
No total, foram registradas nove mortes, embora as autoridades não tenham informado o balanço final dos ataques.
A emissora regional do Daguestão, RGVK, identificou o sacerdote morto como Nikolai Kotelnikov e informou que o religioso trabalhou por mais de 40 anos em Derbent.
Várias testemunhas reportaram ter ouvido tiros perto de uma igreja em Mahackala e informaram que os tiroteios continuavam em Derbent, noticiou a agência estatal TASS.
Em vídeos publicados pela imprensa russa, era possível ouvir tiros nas ruas de Mahackala, onde um importante dispositivo policial foi mobilizado. Por enquanto, a AFP não pôde confirmar a autenticidade das imagens.
O representante da Federação de Comunidades Judaicas da Rússia, Boruch Gorin, informou pelo Telegram que "a sinagoga de Derbent está queimando" e que o templo judaico de Mahackala também foi "incendiado e queimado". "Não é possível chegar até o local do incêndio. Duas pessoas morreram: um policial e um segurança", acrescentou.
Em Segorkala, indivíduos armados atiraram contra um veículo que transportava policiais, ferindo um deles, informou o Ministério do Interior regional às agências russas.
O patriarca russo Kirill, líder da Igreja Ortodoxa e fervoroso apoiador do Kremlin, assegurou que o "inimigo" busca destruir "a paz inter-religiosa" na Rússia, embora tenha evitado nomear responsáveis.
Em muitas ocasiões a Rússia tem sido alvo de ataques reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), embora sua influência no país seja limitada.
Em março, um atentado reivindicado pelo EI na casa de shows Crocus City Hall, nos arredores de Moscou, matou mais de 140 pessoas.
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