Arábia Saudita mostra danos em instalações petrolíferas atacadas
Reino vê os ataques de 14 de setembro contra suas unidades petrolíferas de Khurais e Abqaiq como um teste da vontade global de preservar a ordem internacional
A Arábia Saudita levou a mídia nesta sexta-feira (20) para uma visita às instalações petrolíferas atingidas por ataques que os Estados Unidos e os sauditas atribuem ao Irã, mostrando os trabalhos de conserto e substituição de peças em tubulações derretidas e equipamentos queimados.
O reino vê os ataques de 14 de setembro contra suas unidades petrolíferas de Khurais e Abqaiq --os piores contra infraestruturas de petróleo no Golfo Pérsico desde que o falecido líder iraquiano Saddam Hussein ateou fogo em poços de petróleo do Kuwait em 1991-- como um teste da vontade global de preservar a ordem internacional.
O Irã nega envolvimento no atentado, que inicialmente reduziu pela metade a produção de petróleo da Arábia Saudita, a maior exportadora mundial da commodity. A responsabilidade foi reivindicada pelo movimento houthi, aliado iraniano que combate uma aliança de liderança saudita no conflito de quatro anos no Iêmen.
Em Khurais, repórteres da Reuters testemunharam trabalhos de conserto. Dois guindastes foram erguidos ao redor de duas colunas de estabilização queimadas, que formam parte de unidades de separação de petróleo e gás, e de tubulações derretidas.
"Estamos trabalhando 24 horas todos os dias", disse um executivo da gigante petroleira estatal Aramco, acrescentando que a empresa acredita que Khurais voltará a produzir em ritmo normal até o final de setembro.
Os ataques intensificaram uma luta de anos entre a Arábia Saudita e o Irã, que estão enredados em uma disputa por influência às vezes violenta em vários pontos de atrito do Oriente Médio.
O ministro das Relações Exteriores saudita, Adel al-Jubeir, disse na quinta-feira que os ataques foram uma "extensão do comportamento hostil e fora da lei do regime iraniano".
O Irã alertou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que não seja arrastado a uma guerra no Oriente Médio e disse que sua nação enfrentaria qualquer ação ofensiva com uma reação esmagadora.
A República Islâmica amplificou essa mensagem nesta sexta-feira, quando um comandante de alta patente da Guarda Revolucionária disse que o país reagiria a qualquer complô dos EUA do Mediterrâneo ao Oceano Índico.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, qualificou os ataques como um "ato de guerra", mas na quinta-feira disse que Trump, que ordenou mais sanções contra o Irã, quer uma solução pacífica para a crise.
Os preços do petróleo, que dispararam após o ataque, se estabilizaram depois que a Arábia Saudita prometeu retomar sua produção total até o final do mês.
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