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Após queda do governo, presidente de Portugal abre consultas para possíveis eleições antecipadas

Primeiro-ministro português foi forçado a renunciar após perder uma moção de confiança na câmara

Agence France-Presse (AFP)
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O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, se reunirá com os partidos representados no Parlamento nesta quarta-feira (12), um dia após a queda do governo do primeiro-ministro de centro-direita Luis Montenegro, como um passo preliminar para a convocação de eleições antecipadas, de acordo com o cenário mais provável. Montenegro chegou ao poder há quase um ano, sem maioria absoluta, e está envolvido em uma controvérsia sobre um potencial conflito de interesses que afeta diretamente sua família. 

Na terça-feira, ele foi forçado a renunciar após perder uma moção de confiança na câmara, no qual os deputados socialistas, os do partido de extrema direita Chega e os da extrema esquerda votaram contra ele. A bola está agora nas mãos do presidente, o conservador Marcelo Rebelo de Sousa, que deve se reunir com os partidos.

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Nesta quarta-feira, ele recebeu a delegação do Partido Social Democrata (PSD), no poder, de Luis Montenegro, que defendeu a realização de eleições antecipadas "o quanto antes". "Todas as condições estão reunidas para que sejam realizadas em 11 de maio", disse ele no final da reunião.

O país está em uma situação "econômica, financeira e social estável" que "permite esse esclarecimento político sem atrapalhar a vida das pessoas", acrescentou.

Depois dele, o presidente se reunirá com o Partido Socialista, principal partido da oposição, e o partido Chega. Depois, continuará suas reuniões com representantes dos outros grupos políticos.

Após essas consultas, o presidente aguardará o parecer do Conselho de Estado, um órgão consultivo, e então anunciará sua decisão na tarde de quinta ou na sexta-feira. 

"Todos os cenários"

O chefe de Estado já disse que trabalha com "todos os cenários". As opções disponíveis são facilitar a formação de um novo governo ou dissolver o Parlamento e antecipar as eleições legislativas para 11 ou 18 de maio. Esta seria a terceira eleição legislativa de Portugal desde janeiro de 2022, e Montenegro disse que concorreria novamente. 

O líder de centro-direita esteve envolvido em vários escândalos. O principal inclui uma empresa prestadora de serviços, de propriedade de sua esposa e filhos, que tem contratos com diversas empresas privadas, entre elas um grupo sujeito a concessões estatais.

Desde que as revelações vieram à tona, o chefe de Governo, que já havia sobrevivido a duas moções de censura no passado, anunciou que a empresa familiar permaneceria exclusivamente nas mãos de seus filhos. 

No entanto, a oposição continuou insistindo que ele fornecesse mais explicações, no âmbito de uma comissão parlamentar de inquérito que os socialistas solicitaram no início da semana. 

De acordo com uma pesquisa publicada na terça-feira no jornal Diário de Notícias, os socialistas estão ligeiramente à frente nas intenções de voto. 

Em caso de eleições, o Partido Socialista (PS) obteria 30,8% dos votos, enquanto a Aliança Democrática, de centro, liderada por Luis Montenegro, obteria 25,8%. O Chega permaneceria estável, em torno de 17%.

A perspectiva de voltar às urnas não convence muitos portugueses. "Tivemos eleições há um ano e agora temos eleições outra vez? Não acho que seja muito bom para o país", disse Maria Leonor à AFP TV, em Lisboa. 

Esta crise "aumenta a incerteza política em um momento em que os riscos externos cresceram significativamente", afirma a agência de classificação financeira DBRS Morningstar, que prevê resultados semelhantes aos atuais, sem uma maioria absoluta no Parlamento.

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