Após anúncio de reabertura, cresce procura de voos para os Estados Unidos

Nesta segunda-feira, foram registradas longas filas ao longo do dia nos balcões da companhia American Airlines, no Aeroporto Internacional de Guarulhos

Agência Estado
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Com a reabertura das fronteiras dos Estados Unidos nesta segunda-feira, 8, as cidades americanas são os destinos internacionais mais procurados pelos brasileiros neste fim de ano. A projeção para este mês feita por uma das companhias aéreas que fazem o trajeto Brasil-Estados Unidos, a Latam Airlines, é de que 85% dos voos para o território americano estão ocupados. Nesta segunda-feira, foram registradas longas filas ao longo do dia nos balcões da companhia American Airlines, no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Funcionários relataram que, desde que saiu a notícia de que as fronteiras dos EUA seriam reabertas, a procura por voos para aquele país tem aumentado.

Segundo a Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav), Nova York e Orlando lideram os pacotes de viagem nas datas de Natal e réveillon. A maioria dos viajantes vai em férias de família, de acordo com a associação. A Abav, no entanto, não possui números relativos à quantidade de brasileiros que devem viajar para os EUA nos próximos meses.

Entretanto, a presidente da associação, Magda Nassar, afirma que a procura pelos Estados Unidos cresceu cinco vezes desde o anúncio da reabertura. Até então, os destinos mais procurados eram Cancún, Dubai e cidades de Portugal e Espanha.

A mineira Andrea Motta, de 60 anos, foi uma das brasileiras que procuraram passagem aérea para os Estados Unidos logo que a reabertura foi anunciada, em meados de outubro. Ela pretende viajar com o marido no fim deste mês de novembro para passar dois meses com a filha, o genro e os netos em Austin, no Texas. "Assim que soubemos da data de reabertura, compramos a passagem "

A filha de Andrea, Fernanda Bueno, de 34 anos, mora nos Estados Unidos há cinco anos. Antes da pandemia, as duas costumavam se ver presencialmente a cada três meses. O maior período em que ficaram distantes desde que Fernanda nasceu havia sido de seis meses. Agora, as duas estão há um ano e quatro meses sem se encontrar pessoalmente.

Na última vez que foi aos Estados Unidos, em abril do ano passado, Andrea viu o terceiro neto nascer. Ela passou dois meses naquele país e estava lá quando as fronteiras foram fechadas. "Meu neto, que agora está com 1 ano e 6 meses, não me conhece fisicamente porque era muito bebê. Já meu neto mais velho, de 8 anos, está muito ansioso para me ver", declarou Andrea.

A expectativa é de que milhares de brasileiros devam fazer o mesmo que a mineira nos próximos meses. De acordo com a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, o calendário de entrevistas para emitir ou renovar o visto está sem datas disponíveis até 2022. As entrevistas, que também estavam paralisadas por causa da pandemia do coronavírus, foram retomadas nesta segunda-feira.

O Estadão questionou à Embaixada sobre qual o número atual de pessoas na fila de espera para obter o visto, mas não obteve resposta. Segundo empresas que prestam consultorias a clientes para facilitar a obtenção do visto, esse é um número imensurável. "Antes da pandemia, o consulado de São Paulo atendia 3 mil pessoas por dia. Não dá para medir qual o tamanho atual da fila", afirmou o consultor Guilherme Carvalho, da S2 Vistos.

Segundo destino, só atrás da Argentina

Em 2019, 2,1 milhões de brasileiros foram aos Estados Unidos, de acordo com o relatório do Departamento Nacional de Viagens e Turismo americano. Trata-se do segundo destino internacional mais procurado no Brasil, atrás somente da Argentina.

Menores de 18 anos estão isentos da exigência de vacinação, mas pessoas entre 2 e 17 anos, caso estejam acompanhados de adultos totalmente vacinados, deverão apresentar o resultado negativo de um teste de covid realizado até três dias antes da viagem. Caso a pessoa esteja viajando sozinha ou com adultos não vacinados, o teste terá de ser feito um dia antes da partida. Menores de 18 anos não precisarão ficar em quarentena quando chegarem aos Estados Unidos. (Colaborou Daniel Teixeira)

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