Paris expulsa moradores em situação de rua durante Jogos Olímpicos

De acordo com as denúncias, os moradores de rua foram levados, contra a sua vontade, para abrigos em cidades como Lyon e Marselha

O Liberal
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Os Jogos Olímpicos em Paris revelam um grave problema enfrentado pela Europa nos últimos anos: o aumento do número de pessoas morando nas ruas, principalmente nas grandes cidades do continente. 

Nesta sexta-feira, ao mesmo tempo que acontece a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos, a capital francesa iniciou mais uma operação - desde o ano passado a gestão da cidade intensificou ações similares, para retirada de milhares de pessoas em situação de rua da cidade.  

A "limpeza social" tem sido denunciada pelo coletivo Le Reverse de la Médaille (O outro lado da medalha, em português), que reúne movimentos sociais para dar visibilidade à exclusão de moradores, sendo repercutida na imprensa mundial. 

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Sonho de uma vida melhor

O problema é antigo e está relacionado com o aumento do fluxo migratório ilegal, principalmente a partir dos últimos 20 anos, quando milhares de migrantes, fugindo de conflitos armados em seus países ou desejando o "sonho europeu", a maioria vinda de países africanos, passaram a chegar diariamente na Europa, principalmente por via marítima, arriscando a vida em travessias perigosas e embarcações sem estrutura mínima, semelhantes à utilizada pelos nove refugiados encontrados mortos em Bragança em março, quando provavelmente a embarcação, que não possuía sequer leme, perdeu-se da rota original, ficando por meses à deriva no oceano Atlântico, até chegar no Pará.

De acordo com as denúncias, os moradores de rua, que costumam montar suas tendas próximos a pontos turísticos da cidade, foram retirados de ruas e pontes da região de Paris e levados, contra a sua vontade, para abrigos em cidades como Lyon e Marselha. 

Os registros de retiradas de moradores começaram no ano passado. Em um relatório publicado em sua página oficial, o coletivo detalha o perfil dos afetados: no período entre 1º de maio de 2023 e 30 de abril deste ano, 12.545 pessoas foram retiradas, sendo 3.434 menores de idade. 

"Há um grande número de indicadores que sugerem que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos estão acelerando a dispersão e a remoção de pessoas em situação vulnerável", afirma o coletivo no documento. 

As cifras já aumentaram: na semana passada, 470 pessoas foram retiradas do Canal de l`Ourcq, dias antes da passagem da tocha olímpica. Outro grupo foi retirado do canal de St Denis, na altura de Aubervilliers. Na quinta-feira, grupos de apoio aos excluídos olímpicos foram ao local. 

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